Carlos Faria

Finalmente arrancou a 2ª fase da variante

15 de Abril de 2024


Ao longo de vários anos sempre considerei que a implementação da frente mar da Horta implicava a construção da segunda fase da variante desta cidade. Não tinha lógica reabilitar a zona da avenida marginal, destinando, e muito bem, este espaço a um uso preferencial pelo peão e para desenvolver atividades culturais, recreativas e abertura ao mar e, em simultâneo, ser o principal corredor viário de ligação entre o sul e o norte da ilha e da cidade.

Infelizmente, ao longo de décadas, a gestão rosa, conjuntamente municipal e regional, sempre encontrou argumentos para não arrancar com a segunda fase da variante. Ora um deixava caducar medidas preventivas para salvaguardar o corredor de implantação desta estrada, ora o outro não salvaguardava nesse eixo uma zona non aedificandi, permitindo assim construir casas que comprometiam o espaço destinado para a via.

Portanto, foi a má-vontade de construir esta variante que no passado fez com que o poder rosa não salvaguardasse em simultâneo as boas condições para a implantação da variante, nem os interesses da minoria que o ocupou, nem garantia as melhores condições de proteção de muitos mais Faialenses que residiam no norte da ilha e ainda comprometia o desimpedimento para o bom uso da nova frente mar da Horta.

Felizmente, foi a capacidade de decisão no novo ciclo governativo que optou por um bem maior para o Faial em prejuízo de um mal menor herdado de erros do passado, que os Governos de Bolieiro criaram condições para, finalmente, arrancar a segunda fase da variante à cidade da Horta e, ainda, aperfeiçoar o projeto engavetado no passado, com melhorias em benefício desta ilha.

Reconheço coragem do atual e anterior Governos para não recuar neste empreendimento e congratulo-me com isso.

Nos últimos três anos tenho alertado para uma onda de reivindicações de intervenções menores no Faial, sem dúvida um modo de desviar a atenção das principais obras que o ciclo político anterior não executou, porque não quis, ou então encolheu, silenciando as vozes de alerta que então tentavam salvaguardar os interesses desta ilha, como assisti aquando do projeto encolhido do porto da Horta.

Tenho receio da possibilidade de ainda se poder encontrar uma boa solução prática e exequível para beneficiar esta infraestrutura em matéria de reordenamento da baía sul tal foi o grau que se a comprometeu com o encolhimento a norte, fica-me a esperança de que haja engenho e arte para alcançar este objetivo.

Contudo, reconheço que a execução de um governo não se pode limitar aos investimentos grandes, pois existem muitos aspetos de menor envergadura que, de facto, são importantes para a economia ou o bem-estar dos cidadãos e o Faial não é exceção neste ponto. Mas há que reconhecer que é bem mais grave não executar o essencial com mecanismos desvio de atenção do importante e atirando aos olhos das pessoas a realização de obras acessórias.

Para já um dos compromissos mais importantes para com o Faial arrancou. Veremos como este executivo consegue levar a que os responsáveis pela ampliação da pista da Horta também executem o ambicionado pelos Faialenses, bem como implementar a política de transportes aéreos de passageiros com o exterior da Região e da circulação de mercadorias de modo a salvaguardar os interesses desta e de outras ilhas dos Açores.

Durante o ciclo rosa tive muito receio de nunca assistir ao arranque da segunda fase da variante, com a mudança política, finalmente assisti ao início dessa obra e sei reconhecer qual a liderança de governo que não recuou neste desafio.

Ao longo de vários anos sempre considerei que a implementação da frente mar da Horta implicava a construção da segunda fase da variante desta cidade. Não tinha lógica reabilitar a zona da avenida marginal, destinando, e muito bem, este espaço a um uso preferencial pelo peão e para desenvolver atividades culturais, recreativas e aber…





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