Laura não se conteve correu para ele e abraçaram-se amorosamente.
Barão (brincalhão): - Que desaforo é esse? Vocês oficialmente ainda nem são noivos!
Condessa: - Mas serão de imediato se o srº. Barão conceder a honra de aceitar o meu pedido da mão de sua encantadora filha para meu filho Afonso.
Barão: - Pedido aceite com muita honra. Só lamento que para que isto sucedesse o seu filho tenha passado pelo sacrifício de me servir de criado.
Maria: (Sacrifício? Só deu prejuízos e fez asneiras que eu tive de emendar. Tive de trabalhar até às tantas antes que a menina ou o srº: Barão vissem).
Condessa: - Não assuma sozinho as culpas, srº. Barão! O meu marido também foi culpado. Aliás, se a srª. Baronesa, cuja alma Deus guarde, não morre nós tínhamos um plano para convencer os casmurros dos nossos maridos a mudar de opinião.
Passada a surpresa o Barão recordou que já estavam há tempo de mais de pé e sugeriu que fossem todos para o salão, onde exigiu que o conde contasse toda a história.
Entretanto chegaram os tios e primos que postos ao corrente da situação felicitaram efusivamente quer Laura quer Afonso.
Foi então a ocasião do conde explicar que perante a intransigência do Barão arquitectou aquele plano para estar junto dele e da filha e sub-repticiamente ir inculcando no espírito do Barão a aceitação do namoro.
Barão: - Boa peça me saiu!
Conde de Nilo: - Ainda falta algo, meu sogro. Tenho de o compensar dos charutos que fumei. E para isso ofereço-lhe uma caixa de bons charutos havanos.
Barão: - Obrigado! Também tenho algo para oferecer. Um abraço que compense o meu genro por todas as vezes que fui rude consigo.
Conde de Nilo: De nada, meu sogro. Eu não quereria para esposa e sogro, pessoas que não repreendessem um criado com tal falta de qualidade.
Maria (aparecendo à porta do salão): - Posso servir o jantar?
Barão: - Sim! Aliás todas estas surpresas me deixaram com grande apetite.
Dirigiram-se à sala de jantar e o Barão ajeitando a cadeira à sua direita convidou a Condessa a sentar-se.
Maria dirigia os dois empregados que o Barão contratara a uma empresa especializada, para o que se serviu da experiência adquirira em casa dos condes. Mas de vez em quando, deitava um olhar ao Barão e à Condessa que conversavam animadamente. O Barão não apresentava aquela expressão austera que sempre exibia. E até exibia uma expressão muito atenciosa.
Então, maliciosamente pensou: - (Ou muito me engano, ou o casamento dos meninos não vai ser único na família). E não foi.