Os clientes da Foto Jovial e todos os interessados já podem visitar o Museu da Fotografia criado pela empresa.
A inauguração decorreu ontem, 1º de Maio, data da fundação da Foto Jovial, em 1940.
A abertura ao público de um espaço museológico era um objetivo da empresa, agora concretizado, na passagem dos 85 anos.
Fotografias de várias épocas, expostas na própria loja, retratam as diversas etapas da vida da Foto Jovial.
A fotografia que acompanha esta notícia, tirada na década de 40, é a mais antiga do espólio que está em exposição. Nela pode ver-se, na montra, o nome do fundador, conhecido entre nós por Júlio Vitorino.
A Foto Jovial dispõe de centenas de milhar de negativos devidamente referenciados, entre fotografias de paisagem, de acontecimentos e de particulares, com destaque para festas, casamentos, batizados e muitas outras.
No que respeita a temas, a maior coleção é a do Vulcão dos Capelinhos, com cerca de 400 fotografias. Estas eram as fotografias mais solicitadas por clientes.
Após o Vulcão, sobretudo muitos emigrantes nos Estados Unidos e Canadá, desejavam ter nas suas casas um documento do maior acontecimento local dos anos 50 que mudou a vida de muita gente. Esse documento era uma fotografia.
José Machado, um dos proprietários da empresa e verdadeiro emblema da Foto Jovial, contou ao INCENTIVO vários passos da história que ele próprio viveu.
Um marco importante foi a passagem para a fotografia a cor. Deu-se na década de 70.
Numa das vitrines da exposição pode ser apreciada ainda uma fotografia da cidade da Horta colorida à mão, trabalho executado regularmente naquela época por verdadeiras artistas, normalmente jovens que, minuciosamente, trabalhavam naquilo que se pode considerar uma verdadeira arte.
Depois vieram as fotos instantâneas e tudo o que se conhece até hoje na evolução da fotografia.
A quem atendeu muitos clientes, como é o caso do senhor Machado, não faltam relatos que constituem outras peças do museu.
Entre eles, curiosos, está o da dificuldade em identificar fotografias no arquivo quando são solicitadas por clientes. É que, naquele tempo, por exemplo, muitas pessoas não davam o seu nome para ficar registado no serviço, tão habituadas que estavam a usar a alcunha, geralmente de família.
Uma vez ou outra também aparecia alguém a solicitar cópias de fotografias para fins menos recomendáveis, que normalmente envolviam questões passionais ou de família.
O Museu da Fotografia da Foto Jovial ostenta igualmente muito material fotográfico antigo.
Os mais velhos devem lembrar-se de ver o fotógrafo da Foto Jovial, com uma mala castanha ao ombro, sempre presente em tudo o que era acontecimento importante na ilha do Faial.
Equipamentos usados no processo de revelação podem ser apreciados no Museu, onde não falta a antiga câmara escura.
Há uma impressora de cópias, da marca HAUCK, utilizada nos anos 60, acompanhada pelo “sarilho”, uma haste que servia para a secagem das fotografias, dispostas como se fosse o ramo de uma árvore.
Uma pequena e minuciosa balança de pratos servia para a pesagem dos produtos, adquiridos na farmácia, com vista à composição dos reagentes necessários à revelação.
A história da ilha do Faial fica agora mais completa com o Museu da Fotografia da Foto Jovial.