O abastecimento de mercadorias da ilha do Faial por via marítima que deveria ter acontecido na semana passada só aconteceu esta terça-feira, quase uma semana depois daquilo que estava previsto e por um navio de menor dimensão, deixando para trás muita mercadoria que só virá no final desta semana.
Esta situação levou a que a Câmara do Comércio e Indústria da Horta se reunisse, ontem, com a Câmara Municipal da Horta para analisar a situação com o objetivo de encontrar formas de agir para evitar que estes atrasos se repitam, algo que vem acontecendo nos últimos anos.
O presidente da Câmara Municipal da Horta, Carlos Ferreira, adiantou aos jornalistas, no final da reunião, que já fez chegar as suas preocupações à secretária da tutela, Berta Cabral, e que ontem falou com o presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, para lhe transmitir que o Município da Horta vai apresentar uma queixa formal à Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, que tem o dever de fazer cumprir a lei em vigor.
Para além disso, o autarca faialense solicitou uma reunião com o Governo Regional: «cabe ao Governo Regional o papel fundamental da defesa da coesão territorial e isso não está a acontecer no que diz respeito ao transporte marítimo de mercadorias».
Já não é a primeira vez que a autarquia faz chegar ao Governo Regional a sua preocupação com os atrasos das companhias marítimas de transporte de mercadorias, mas a solução para o problema tarda em chegar.
Francisco Rosa, presidente da Câmara do Comércio e Industria do Faial, explica que o problema do sistema já foi devidamente explicado no resultado do estudo pedido recentemente pelo Governo Regional sobre o Transporte Marítimo de Mercadorias nos Açores: «os navios que estão a operar são velhos e têm que ir mais vezes para reparações em doca seca».
Quando o sistema está preparado tendo em conta um determinado número de barcos e estes começam a falhar é natural que surjam constrangimentos. Mesmo assim, Francisco Rosa entende que o sistema tem capacidade de se adaptar a estas adversidades desde que seja feito um planeamento adequado.
Na semana passada a ilha do Faial acabou por ser a única a não ser abastecida. Questionado sobre se existe uma intenção em penalizar o Faial, Francisco Rosa afirma que não quer entrar por esse tipo de discurso, mas adianta que muitas forças vivas do Faial acreditam que existe essa vontade de prejudicar a ilha.
Para o representante dos empresários, ambas as companhias estão a falhar, neste caso a culpa foi da Transinsular, mas o mesmo acontece com a mutualista, esta com maior gravidade quando transporta granel.