E m mais um ano, por ocasião da festa em honra de São Mateus, o padroeiro da Ribeirinha, a Junta de Freguesia assinalou o seu Dia.
Como habitualmente, na presença dos habitantes da freguesia e de convidados, Paulo Castelo lembrou o fatídico sismo de 1998 e período decorrente do mesmo.
Na sessão solene comemorativa, o presidente da Junta reforçou a convicção do seu executivo em continuar a desenvolver um trabalho que proceda às melhores condições para viver «nesta bela terra».
«Terra esta ainda marcada pelo sismo de 1998, tão presente nas nossas memórias, que tirou a vida de cinco cidadãos desta comunidade e destruiu a quase totalidade do parque habitacional e património edificado desta freguesia, moldou profundamente a vivência dos ribeirinhenses nestes últimos 25 anos», disse o autarca.
Paulo Castelo acrescentou que, apesar da destruição e da morte, os ribeirinhenses mostraram a fibra de quem sempre se soube erguer das ruínas e de se reinventar, voltando a recuperar a notoriedade e visibilidade que sempre caraterizou a freguesia.
Nesse contexto, o presidente da Junta referiu que em breve arranca a construção do futuro parque Renascer, anunciada nas comemorações dos 25 anos do sismo, uma obra que pretende devolver a centralidade perdida com o sismo.
O parque Renascer contará com uma zona para atividades culturais e lúdicas, bancada anfiteatro, zona de churrasco e ainda com um abrigo do parque que terá várias valências, com wc, apoio ao parque e apoio aos trilhos da freguesia que, segundo Paulo Castelo, são efetivamente uma referência nos circuitos pedestres da ilha.
Paralelamente aos circuitos existentes na freguesia, o autarca adiantou que o executivo está a desenvolver um novo trilho, implementando a metodologia de reabrir antigos caminhos e recuperar património edificado na sua passagem. O objetivo do executivo é unir em rede os trilhos existentes, criando assim a rota da água.
Este ano a freguesia da Ribeirinha voltou a receber o Azores Trail Run, um evento de abrangência internacional, que projeta a freguesia para o cenário mundial da modalidade, cimentando, cada vez mais, a condição de melhor evento de desporto de natureza dos Açores.
No seu discurso, Paulo Castelo referiu igualmente a notoriedade e a projeção que a zona balnear do porto da Boca da Ribeira e a sua piscina deram à freguesia, que este ano voltou a captar mais visitantes e registos de contentamento, acrescentando a necessidade e urgência do projeto de reabilitação da zona de lazer do porto, bem como da sua consolidação.
Do trabalho desenvolvido, no último ano, o autarca destacou a implantação do projeto de recuperação do património histórico edificado, com a conclusão das recuperações das fontes do Valado, Bencalada e do Parol, a recuperação da Ermida de São Pedro, com a instalação de portas e janelas, reparação do telhado, colocação de novo pavimento e de um painel de azulejos com a imagem de São Pedro.
A Junta de Freguesia da Ribeirinha concluiu ainda o parque infantil dos Espalhafatos, com a instalação de gradeamento, com o apoio do Município, estando previsto, numa segunda fase, a instalação de mobiliário urbano de manutenção física, a integrar no parque.
Nos projetos do executivo está uma intervenção na fachada da ruína da antiga igreja e a recuperação da ruína do Moinho do Jó.
Outra grande preocupação do executivo é o ambiente. Paulo Castelo referiu que a sua autarquia tem vindo a promover ações de sensibilização ambiental, junto das mais variadas faixas etárias, iniciativas de limpeza na costa e ribeira e irá ainda dotar a freguesia de mais ecopontos.
Paulo Castelo referiu ainda que o executivo continua a plantar arbustos endémicos e de fruto, alertando e fomentando o debate sobre a temática dos resíduos, associando-se a outros eventos, visando, sempre, sensibilizar a comunidade para a defesa do património natural.
«Todo este esforço valeu-nos, pela quarta vez consecutiva, o galardão máximo no programa Eco-Freguesia», disse o autarca.
Visando melhorar as condições de trabalho e a melhor operacionalidade, Paulo Castelo salientou que foi adquirida uma nova camioneta e um destroçador para equipar o trator da Junta, fazendo face às manutenções de limpeza de taludes com uma maior incidência nos caminhos agrícolas.
A terminar o seu discurso, na sessão solene comemorativa do Dia da Freguesia, que se realizou quinta-feira, no Polivalente, Paulo Castelo referiu: «no desenvolvimento de uma comunidade como um todo, o altruísmo atua como fator civilizador e decorre da necessidade de se entrar em ação em prol dos outros, mesmo num cenário de destruição e de calamidade como o decorrido no sismo de 9 de julho de 1998».
O executivo homenageou os coordenadores dos acampamentos do sismo, pela sua intervenção pública, cívica e altruísta, que agiram, mobilizando recursos, coordenando e ajudando num cenário de desespero, desorientação e dor para que as principais necessidades fossem suprimidas.
Foram homenageados Carlos Ernesto Faria, João Francisco da Rosa Pereira, Maria de Fátima Oliveira Quaresma Pereira, Maria Laçalete Silva Lopes e Maria de Fátima Garcia da Silva Freitas.