O presidente da Câmara Municipal da Horta, Carlos Ferreira, reuniu no passado dia 30 de agosto com a empresa Portos dos Açores, a Junta de Freguesia das Angústias e o Delegado da ilha do Faial da secretaria regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas no intuito de encontrar uma solução para o problema do armazenamento dos botes baleeiros do Clube Naval da Horta.
A solução encontrada foi a garagem das Obras públicas, junto da sede do Atlético, conhecida por garagem da locomotiva, designação que vem do tempo da construção da doca.
“Após a visita do presidente da Câmara a instalações da Capitania da Horta, que mostraram não reunir as condições necessárias para o efeito, surgiu do esforço conjunto das entidades acima referidas e, em particular, da predisposição da secretaria regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, a solução para a guarda dos botes baleeiros, a qual consiste no armazenamento, no fim da época, das embarcações do Clube Naval da Horta, nomeadamente dos botes baleeiros, num armazém desta Secretaria”, informou a Câmara em comunicado.
O anúncio surgiu na sequência de uma proposta apresentada pelos vereadores da oposição que visava atribuir à Câmara a responsabilidade de contribuir para a solução do problema, como foi público e o INCENTIVO deu conta.
Uma vez que o assunto estava encaminhado, o vice-presidente da Câmara explicou, na reunião de quarta-feira, que a proposta do Partido Socialista já não tinha oportunidade.
Na reunião da Câmara gerou-se a discussão habitual sobre a paternidade da solução, com os vereadores do PS a acusarem a Câmara de só se ter mexido após a proposta socialista.
A verdade é que a direção do Clube Naval contatou a Câmara pedindo apoio para resolver o assunto e a Câmara nunca apresentou qualquer solução, fazendo-o só depois da proposta do PS dar entrada.
Após uma visita da direção do Clube Naval ao local, realizada durante o dia de ontem, o assunto ficou resolvido.
É no entanto estranho que o presidente da Câmara tenha promovido uma reunião com outras instituições que podiam contribuir para a resolução do problema, deixando de fora a direção do Clube Naval, a principal interessada na solução do problema.
Na reunião da Câmara de quarta-feira, Carlos Morais, a presidir à reunião, acusou Lúcio Rodrigues de não ter tentado uma solução junto da Portos dos Açores e respetiva secretaria regional tutelar, para tentar a solução do problema. O que não corresponde à verdade uma vez que, segundo Lúcio Rodrigues, foram feitos contatos pela direção do Clube Naval junto da Portos dos Açores e, concretamente com a secretária regional, com vista à disponibilização da antiga Gare Marítima do Cais de Santa Cruz. A própria Berta Cabral, disse Lúcio Rodrigues ao jornal, inviabilizou imediatamente a pretensão.
Carlos Morais explicou, na reunião da Câmara, que a possibilidade de ocupar a gare marítima obrigaria à demolição de paredes que poriam em causa a segurança do edifício da Gare Marítima.
De referir ainda que a já referida proposta dos vereadores do PS foi rejeitada na reunião da Câmara com os votos contra da maioria.
Saliente-se que o executivo estava presente apenas com o vice-presidente e mais dois vereadores, contra três vereadores da oposição. Carlos Morais teve assim que recorrer ao voto de qualidade para conseguir a rejeição da proposta socialista, entregue na reunião anterior, como o INCENTVO oportunamente deu conta.