O presidente do Governo dos Açores disse este fim de semana acreditar que o “bom senso” de Iniciativa Liberal (IL) e deputado independente “há de prevalecer” relativamente à estabilidade política na região, após o fim do acordo que suportava o executivo.
“Creio que o bom senso há de prevalecer e todos os que têm responsabilidades institucionais, não pelo protagonismo pessoal, mas pelo reconhecimento do interesse comum e público, naturalmente aportam, sobretudo, uma boa influência pela estabilidade”, afirmou.
Bolieiro, que falava à margem de uma visita a um centro médico em Ponta Delgada, respondia aos jornalistas após ter sido questionado sobre a posição do Representante da República (RR) para os Açores, que alertou o deputado da IL e o independente Carlos Furtado para a importância da “estabilidade política”.
O presidente do Governo Regional realçou ainda a necessidade de “minimizar os impactos negativos” das crises inflacionista e da guerra na Ucrânia.
“Se cuidarmos das crises reais e evitarmos as artificiais já é um bem público que alcançamos”, declarou.
Sobre se o RR devia ter tido uma posição pública após IL e independente terem rompido o acordo que dava aos partidos que suportam o executivo maioria absoluta no parlamento regional, o governante considerou que os “primeiros responsáveis” em “despoletar uma crise pela instabilidade” são os partidos políticos.
“O primeiro responsável é sempre aquele que pode espoletar uma crise pela instabilidade e isso está no domínio dos partidos políticos. Esses é que devem ser os primeiros a considerar qual o seu papel na democracia e na estabilidade política governativa”, destacou.
Bolieiro exemplificou que os partidos podem promover a estabilidade não apresentando uma moção de censura ao Governo Regional.
“O parlamento dos Açores pode promover a estabilidade, não criando, desde logo através de instrumentos que estão previstos e que são democráticos, por exemplo, uma moção de censura. Portanto, são todos corresponsáveis”, vincou.
Contactado pela agência Lusa, o deputado independente, Carlos Furtado, confirmou que o RR na missiva que lhe dirigiu também alertou para os “valores da estabilidade política” e do “regular funcionamento dos órgãos do poder regional”.