O deputado do Chega no parlamento dos Açores avisou que o Governo Regional “anda daqui para fora” se não mudar a forma de gerir a região, pois fica sem o apoio do Chega na votação do orçamento.
“O novo secretário das Finanças e Assuntos Parlamentares pediu reunião com Chega para conversar. Eu disse que a minha posição não tinha mudado nada até me provarem o contrário. Se não provarem o contrário, este Governo anda daqui para fora”, disse José Pacheco, no encerramento do III Congresso Regional do Chega/Açores, que lidera.
A 6 de abril, o parlamentar disse que “acabou” o apoio ao executivo, que precisa do apoio do Chega para ter maioria absoluta na Assembleia Legislativa Regional, e agora reiterou que “nada” foi feito pelo Governo para cumprir as condições impostas pelo seu partido ao viabilizar o Orçamento de 2022.
“Não querem ver os socialistas lá de novo? Façam um trabalho como deve ser, em prol dos açorianos. Governem. Se queremos ter uma alternativa credível, temos de fazer diferente”, frisou, lamentando que o PS não tenha “coragem para apresentar uma moção de censura”.
Pacheco pediu ao líder do Chega “a última palavra” quanto à votação do Orçamento Regional, prevista para novembro, e André Ventura, presente no congresso regional, deu ao parlamentar “carta branca” para a decisão.
“A última palavra no orçamento quero ter. Se eu vir que o meu povo continua a dizer o que me diz todos os dias – que estes são como os outros - não contem comigo”, garantiu.
Pacheco admitiu que “já se deram passos em frente” para responder aos anseios do Chega.
“Já temos a remodelação de Governo. Já vimos alguns sinais”, observou.
Pacheco lembrou que defende que “o RSI [Rendimento Social de Inserção] é para acabar” e que não concorda com o pagamento dos prejuízos da SATA, a companhia aérea dos Açores.
“Anda-se a negociar com o que faz falta ao povo, mas pagamos duas companhias aéreas, a SATA e TAP. Aqui também é Portugal. Não vamos continuar a assumir aqui este prejuízo da SATA”, afirmou.
O deputado recordou que, perante o Orçamento de 2022, o Chega disse que “seria a última oportunidade para continuar a apoiar o executivo”.