Rui Gonçalves

Lideranças importadas

20 de Janeiro de 2025


Acaba de passar mais uma semana em que o parlamento dos Açores esteve reunido em plenário.

Desta vez vou salientar um aspeto relacionado com a ilha do Faial que, a mim e certamente a muitos faialenses, suscita atenção. É, mais uma vez, o caso do Aeroporto da Horta.

O Partido Socialista entendeu apresentar, pela voz de Inês Sá, um voto de protesto pela exclusão de qualquer referência à ampliação da pista no Orçamento do Estado, ao contrário do que tinha acontecido em anos anteriores.

Não vou discutir a necessidade ou a justeza desta inclusão. Vou apenas ater-me ao comportamento dos partidos.

Os argumentos do PS já eram conhecidos, com principal relevo para a necessidade de não deixar cair o assunto.

Coube a Salomé Matos apresentar o argumento mais consistente para justificar o voto contra do PSD. Será porventura o de que o processo está a seguir o seu caminho com normalidade, tanto mais que o projeto já está em elaboração.

Ora, na Assembleia Municipal de dezembro, o Partido Socialista havia apresentado um voto com o mesmo teor, que mereceu a concordância dos deputados municipais do PSD, liderados por Hugo Parente, conhecido por verter argumentos de rajada.

Mesmo admitindo que se trata de órgãos diferentes não é muito fácil compreender a divergência no sentido do voto. Afinal os nossos eleitos trabalham e lutam todos pelo interesse da sua ilha… ou nem tanto.

Este é o grande problema desde que temos democracia e autonomia. E tem-no sido para os dois partidos que nos têm governado, na Câmara e no Governo Regional.

Quando é fácil votar, porque não vai causar problemas a ninguém, até se vota a favor de propostas dos outros. Quando é difícil, quando o lugar pode ficar em perigo, aí é que a porca torce o rabo.

A questão que deixo é esta: os argumentos que servem para a Assembleia Municipal não servem para a Assembleia Regional?

O partido é o mesmo. Os eleitos têm todos o mesmo desígnio, o de lutar pela sua ilha. Ou o último slogan de campanha do PSD não teria sido “Unidos pelo Faial”.

Só encontro uma explicação, aliás a de sempre. O partido regional não aceita facilmente uma posição do partido local.

E assim uma deputada perde a coragem, a coerência e a razão. Não sei o que Hugo Parente lhe terá dito, mas a verdade é que Salomé Matos o deixou sem água no leme, retirando todo o efeito que o protesto poderia ter alcançado com a aprovação unânime pela Assembleia Municipal.

A comissão política da ilha do Faial do PSD acaba de ir a votos. Foi eleito, meio secretamente, Carlos Ferreira para presidente, substituindo Ilídia Quadrado.

Não acredito que as coisas se endireitem. Há muita gente em lugares de relevo que não largará o osso enquanto o Partido estiver no poder.

O pior são essas subterrâneas e influentes lideranças importadas. Terão sempre mais dificuldade em impor-se ao poder regional.

Acaba de passar mais uma semana em que o parlamento dos Açores esteve reunido em plenário.

Desta vez vou salientar um aspeto relacionado com a ilha do Faial que, a mim e certamente a muitos faialenses, suscita atenção. É, mais uma vez, o caso do Aeroporto da Horta.

O Partido Socialista entendeu apresentar, pela voz de Inês Sá, um v…





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