Carlos Faria

Também faz falta ao Faial

28 de Outubro de 2024


Independentemente do que se está a fazer agora em matéria de investimentos no Faial: a Segunda Fase da Variante à cidade da Horta, o Polo MARTEC na antiga fábrica do peixe, as intervenções na Escola Secundária e no Hospital, entre outras...

Independentemente do muito que ainda há por fazer: como a ampliação da pista do aeroporto da Horta, a reabilitação da via entre a Estrada da Caldeira e a Ribeira Funda ou a reparação e proteção do forte no Porto Pim, entre outras obras...

Independentemente da questão de acessibilidades ao Faial, tanto ao nível de mercadorias por via marítima e aérea, como a das ligações diretas por avião para pessoas entre Horta e Lisboa.

Apesar de todos os aspetos acima referidos e assumindo que todos são importantes, quando eu olho para o Faial é-me também evidente que esta terra tem um problema económico grave dentro de portas: a falta de dinamismo económico privado na ilha. Há uma enorme incapacidade dos Faialenses investirem aqui em projetos reprodutivos e geradores de emprego, de atraírem investimentos ou de criarem parcerias com empresários do exterior que colmatem a provável indisponibilidade financeira da generalidade das pessoas que aqui residem.

É compreensível o argumento que não existe por cá riqueza disponível suficiente para grandes investimentos de iniciativa particular. Já é menos compreensível a falta de capacidade em conseguir-se parcerias com investidores externos ao Faial que colmate a escassez local de dinheiro.

Não é preciso sair dos Açores para ver nesta Região outras ilhas com menos população que têm atraído mais investimento particular externo do que o Faial e capazes de fazer nascer novos projetos ou de melhor manterem unidades produtivas que herdaram do passado.

O Faialense até se mobiliza justamente para reivindicar projetos que fazem falta a esta terra, até descobre novas obras necessárias a fazer e denuncia a não concretização de promessas, desde que sejam para responsabilizar uma autoridade pública nacional, regional ou local, mas não é capaz de empreender ou de motivar privados externos a apostar nesta ilha. Infelizmente, até os poucos anúncios de investimentos privados no Faial que pareciam resultar de alguma promoção de autoridades públicas, como o Hotel no quartel do Carmo e o do largo do Bispo, goraram-se!

Parece mesmo que o Faial não é capaz de motivar ou de manter o interesse por esta ilha dos investidores externos.

Eis uma inércia no setor privado local que por cá nunca minimizou o real esvaziamento que o Faial sofreu nas últimas décadas - não só no domínio da administração pública, como a saída da rádio naval, do banco de Portugal, de competências de direções regionais ou até da presença de Secretários Regionais nesta ilha - mas também no privado, como o fecho da fábrica de conserva de peixe ou de estruturas empresariais locais.

Tirando uma rara exceção nas últimas décadas, não tem surgido no privado local quem consiga aproveitar estruturas ou espaços abandonados pela administração ou por investidores externos para empreender iniciativas suas que sustentem numerosos empregos e preservem esse património.

Assim, por mais que pressionemos as entidades públicas, a verdade é que vivemos num regime politicoeconómico em que mesmo que se baixem as tarifas para Lisboa, como anunciou o Primeiro-ministro em Ponta Delgada, ou este atenda ao pedido de Bolieiro para instalar o Observatório Europeu do Mar Profundo no Faial, se acrescente a pista, se aumente o número de ligações aéreas ao Continente ou haja verbas para subsidiar privados, não há nenhum governo, seja de que partido for, que se substitua aos privados para dinamizar a economia local no que compete a estes investir no mercado concorrencial através de empresas.

O poder político tem menosprezado o Faial ao longo de muitos anos, mas os Faialenses têm também de vencer esta inércia de falta de empreendedorismo, mesmo sem deixar de pressionar os Governos para também fazerem a parte deles no que compete ao investimento e apoio público.

Independentemente do que se está a fazer agora em matéria de investimentos no Faial: a Segunda Fase da Variante à cidade da Horta, o Polo MARTEC na antiga fábrica do peixe, as intervenções na Escola Secundária e no Hospital, entre outras...

Independentemente do muito que ainda há por fazer: como a ampliação da pista d…





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