Foi então tempo do José contar todas as peripécias da sua vida. Contou da amizade que estabelecera com o soldado espanhol e que este, um dia, o levou à presença dum oficial. Soube então da tramóia relacionada com o anúncio da sua morte.
Foi durante uma rixa numa taberna da cidade que um dos intervenientes na trama, perdido de bêbado, denunciou o sargento Alvarez. A notícia chegou ao conhecimento das autoridades espanholas que iniciaram um inquérito para apurar a verdade. O sargento mais os dois soldados envolvidos fugiram e assim ficou explicada a razão do seu súbito aparecimento no dia do casamento. O tenente mais os soldados que o acompanhavam traziam ordens para os levar sob prisão e mesmo abatê-los caso resistissem.
Acontecia que o novo governador, João de d’Horbina, pretendia estabelecer relações de amistoso convívio com a população e assim proceder ao governo com mais tranquilidade o que o levava ao ponto de castigar os soldados que cometessem atrocidades contra a população da ilha. Assim que teve conhecimento do que acontecera, mais por exibição do novo estilo de governo do que por repulsa pela injustiça, quis julgar os malfeitores e reparar o mal.
Dos malfeitores, encarregou-se a Natureza. Da reparação do mal foi a libertação do José Martins e o seu definitivo regresso a casa.
Será desnecessário contar que o José e a Amélia casaram e que a Felicidade foi restituída àquele lugar.
FINAL
A erosão provocada, através dos séculos, pelas sucessivas intempéries, foi entregando ao Mar, pedra a pedra, a sua herança que, cioso dela, a escondeu para sempre nas suas profundezas.
O Mar, que Guilherme e Violante usaram como barreira para proteger o seu amor e que, anos mais tarde, ao reclamar a herança, impediu que o filho se intrometesse no amor do José e da Amélia que, tal como o de seus pais, fora contrariado.