Quem me lê nesta coluna já percebeu que as minhas perspetivas dos benefícios para o Faial com o novo ciclo político, iniciado em 2020 e com a mudança de cores do Governo dos Açores, baixaram.
Assumo que a lentidão e indecisão em torno da questão da ampliação da pista do aeroporto da Horta, a demora nos processos de concursos para o Tecnopolo-Martec e para a reparação da Escola Secundária Manuel de Arriaga e os atrasos no arranque da segunda fase da variante à cidade, não têm sido casos animadores para quem estava tão ansioso de uma recuperação dos atrasos e recusas em determinados investimentos de que o Faial estava carente.
Mesmo sabendo que a ansiedade é pouco tolerante com indecisões, atrasos e lentidões, a verdade é que as demoras nos casos acima referidos não abonam em favor de quem tomou as rédeas do poder regional.
Apesar de tudo e após anos de recusa pública assumida pelo anterior presidente do Governo dos Açores em financiar a ampliação da pista do aeroporto da Horta, agora até se protesta antes do final de 2023 por a verba que o atual Presidente prometeu entregar ao Município para o corrente ano ainda não ter sido entregue a mais de três meses do final deste.
Apesar da necessidade de se estar atento a esta situação, a verdade é que ainda não está, nem em atraso nem incumprida a palavra de José Manuel Bolieiro de disponibilizar tal verba em 2023. O que foi infelizmente cumprida foi a recusa do anterior Presidente em apoiar este projeto. Neste caso, ao menos agora há perspetivas positivas, no passado: não!
No que se refere ao concurso para o centro de investigação Tecnopolo-Martec é impossível negar que houve problemas na adjudicação desta obra, mas, novamente e dentro deste mesmo mandato, o executivo insistiu e à terceira vez e logo no seu primeiro mandato o atual Governo dos Açores adjudicou esta empreitada e um passo foi dado em frente.
Demorou também o concurso para a empreitada de reparação do Auditório da Escola Secundária Manuel de Arriaga, mas já este mês saiu no Jornal Oficial, esperemos que tenha um bom final.
Quanto à segunda fase da variante à cidade da Horta, novamente, os atrasos ensombraram a palavra do atual executivo, mas após décadas de inoperância no anterior ciclo político, pelo menos, agora e em menos de três anos, temos um projeto de execução pronto com características de variante e já se iniciou o processo de expropriação dos terrenos, além de estar tudo encaminhado para o lançamento do concurso desta empreitada. Assim, entre a situação de paragem total no passado e a lentidão atual, mais vale o insatisfatório avançar devagar de agora e ir em frente, do que o parado herdado do anterior executivo.
Entre más soluções para o porto no passado e a implementação do parque de invernagem, que além da não comprometer o futuro desta infraestrutura, ainda traz mais valias nas funcionalidades do porto. Assim, é preferível a adoção da metodologia agora seguida do que a do passado.
Contudo e infelizmente, até ao presente o atual ciclo não está exatamente a ser um período de recuperação do Faial. Há que reconhecer que nesta ilha está-se agora a dar mais uns passos em frente do que a situação de estagnação de alguns projetos estruturantes no passado, mas estes avanços ocorrem com demasiada lentidão face ao que está a acontecer noutras ilhas.
Não quero a desaceleração do desenvolvimento que vejo existir noutras ilhas da Região, o que eu quero é, mais do que projetos de fachada para contento de grupos locais, que haja uma real aceleração dos investimentos estruturantes de todo o Faial! Isto como modo de recuperar do atraso herdado nas décadas em que esta terra não acompanhou o progresso regional e foi ficando para trás, enquanto o poder político de então recusava despudoradamente o essencial para esta terra.