A falta de execução do Plano de Investimentos da Região Autónoma dos Açores é um problema recorrente na ilha do Faial. Muitas vezes criticado pelos deputados da oposição e com várias chamadas de atenção do Conselho de Ilha, no entanto, nada se alterou.
Quando um plano estratégico é apresentado e aprovado, seja ele anual ou plurianual, espera-se que as metas e objetivos estabelecidos sejam alcançados por meio da adequada alocação de recursos. No entanto, no Faial não é isso que tem acontecido e há várias razões que podem estar por trás dessa falta de execução. Uma das principais causas é a falta de um compromisso genuíno com as metas e objetivos.
O Plano inclui indicadores de desempenho e mecanismos para acompanhar regularmente o progresso e identificar desvios, mas, normalmente, não há a clarividência de disponibilizar informação simples e direta aos cidadãos.
É necessário explicar, quando se alocam 50 milhões de euros ao Faial, quais os projetos ou ações a que estes se destinam e aqueles que tiveram execução em cada trimestre, para que os eleitores entendam o que está e não está a ser feito.
Para lidar com a falta de execução do plano e orçamento é necessário um esforço conjunto de todas as partes envolvidas. É fundamental que os líderes governamentais demonstrem compromisso, envolvam os colaboradores ou membros das suas equipas, estabeleçam mecanismos de comunicação eficazes, implementem processos de monitorização e controle adequados.
Em resumo, a falta de execução do plano e orçamento é um desafio que requer atenção e esforços contínuos. É importante reconhecer as principais causas dessa falta de execução e, quando existam, implementar medidas para que as mesmas possam ser superadas. Com um compromisso verdadeiro e comunicação clara, é possível aumentar significativamente a probabilidade de que os planos e orçamentos sejam efetivamente executados.
Ora, numa altura em que se prepara o Plano e Orçamento para o ano de 2024, a execução financeira relativa na ilha do Faial é uma das mais baixas da história da autonomia, porque, de facto, só há três empreitadas em curso adjudicadas por este governo na nossa terra nos últimos três anos.
Algumas das obras que estão pendentes, mas assumidas com os Faialenses: a requalificação das Termas do Varadouro, o Tecnopolo, o Observatório do Atlântico, o Centro Regional de Aquacultura, a ampliação do Aeroporto da Horta, a requalificação da sede do Clube Naval da Horta, a segunda fase do reordenamento do Porto da Horta, o Porto de Pescas da Horta, a beneficiação, requalificação e ampliação do Hospital da Horta, a segunda fase da Escola EB/JI José António Ávila, a 2.ª fase da Variante, a requalificação das estradas regionais, a requalificação do solar da quinta de São Lourenço, a reestruturação do Centro de Processamento de Resíduos, a requalificação do circuito pedonal e interpretativo do Monte da Guia, a consolidação e requalificação do Castelo de São Sebastião, a recuperação da Igreja da Ribeirinha e o apoio à reabilitação da Igreja de São Francisco, a reabilitação do Quartel do Carmo, a recuperação da Trinity House e a criação do Museu dos Cabos Submarinos, a ampliação e modernização do Museu da Horta, o Pavilhão desportivo do FSC, a requalificação dos Jardins de Arriaga, o reordenamento do cabeço gordo, o Farol da Ribeirinha e muitas outras.
Este cenário não se vai alterar enquanto nós faialenses não exigirmos mais responsabilidade a quem nos governa, isto porque apregoar que a mudança chegou não é suficiente para quebrar este enguiço faialense da falta de execução de investimentos estruturantes para a nossa terra.