Rui Gonçalves

A fraqueza dos políticos

13 de Janeiro de 2023


Os últimos dias do ano foram férteis em festa. Até o Governo da República não deixou passar a quadra sem nos divertir com casos verdadeiramente hilariantes. O Governo Regional também não quis ficar atrás e brindou-nos com um episódio lá para os lados da Agricultura. Há coisas que eu não compreendo, o que é perfeitamente normal dadas as minhas limitações. Um ministro ou um secretário de Estado tem um problema, assume a responsabilidade política e demite-se. Muito bem. Mas a seguir vai sentar-se na Assembleia da República. Não tem condições para ser membro do Governo, mas tem autoridade para fiscalizar o Governo, nomeadamente quem o foi substituir. O caso de Pedro Nuno Santos ainda é mais expressivo. Toda a gente diz que quer suceder a António Costa na liderança do PS e alguns defendem até que é o socialista mais bem preparado para ascender ao cargo de Primeiro-ministro. Eu pergunto: se o homem não serve para ministro como é que vai servir para Primeiro-ministro? No Direito diz-se que quem pode o mais, pode o menos. Enfim, eles todos movimentam-se muito bem. Lá dentro porque, cá fora, como está bom de ver, não caímos todos no conto do vigário. Quando surge um problema com um político não faltam as vozes, afinadas em coro corporativo, proclamando que está tudo legal, que foram respeitadas as regras da ética (agora é moda dizer “republicana”), enfim que a culpa não é de ninguém. Vai daí senão quando, vai-se embora. Então se estava tudo certo por que razão é que se demite? Foi o caso da mulher do secretário regional António Ventura, nos últimos dias. O marido disse que não tinha nada a ver com o assunto. Ela disse que não admitia que pusessem em causa a sua retidão. A seguir, abdica do cargo. Sempre levou um pouco mais de 24 horas a pensar! É outra que não compreendo. Se estava tudo correto, como se pode explicar a atitude? Mas ainda vejo outra questão. Esta, como se dizia antigamente, é de cabo de esquadra. Se era para sair ou abdicar, para quê esperar tanto tempo? Para mim, tudo isto significa que aquelas pessoas têm tudo menos princípios. Navegam ao sabor do vento. Se a tempestade passar, lá vamos nós felizes e contentes; se surgir uma cabeça de maré, é arribar. Não quero qualificar quem faz assim, mas há uma coisa que eu sei: são todos muito fraquinhos.

 

Os últimos dias do ano foram férteis em festa. Até o Governo da República não deixou passar a quadra sem nos divertir com casos verdadeiramente hilariantes. O Governo Regional também não quis ficar atrás e brindou-nos com um episódio lá para os lados da Agricultura. Há coisas que eu não compreendo, o que é…





Para continuar a ler o artigo torne-se assinante ou inicie sessão.


Contacte-nos através: 292 292 815.
100
Outros Artigos de Opinião
"O Cravo Vermelho"
João Garcia

AO ABRIR DA MANHÃ
.
"Abril no sangue e um cravo tatuado no braço"
Isabel Lacerda

REFLEXOS DO QUOTIDIANO
.
"A História de Abandono da Igreja de Nossa Senhora…"
João Garcia

AO ABRIR DA MANHÃ
.
"Finalmente arrancou a 2ª fase da variante"
Carlos Faria

REFLEXOS DO QUOTIDIANO
.
"As Obrigações de Serviço Público prejudicam o Fai…"
João Garcia

AO ABRIR DA MANHÃ
.
"Democracia, mas não muita…"
Rui Gonçalves

A ABRIR
.
"Uma guerra movida por interesses que não são noss…"
Carlos Frayão

REFLEXOS DO QUOTIDIANO
.
"A Resignação da Asfixia das Liberdades"
João Garcia

AO ABRIR DA MANHÃ
.
"Sinais de esperança"
Carlos Faria

REFLEXOS DO QUOTIDIANO
.
"Pela igualdade, contra a invisibilidade"
Isabel Lacerda

REFLEXOS DO QUOTIDIANO
.