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Estamos perto do Natal e supostamente o Natal é para todos. Mas será que é? Pelo menos os habitantes da Ucrânia certamente não terão Natal (ou terão um Natal diferente) e não só. Pelo mundo fora (e dentro) muitos habitantes não terão Natal, por vários motivos como a guerra, a pobreza e a doença. Estes são os principais motivos (mas há outros), para não festejar esta quadra. O Natal também é altura de dar e receber prendas, dados ou não pelo pai Natal. Mas será que todos irão receber prendas, certamente que não e outros irão receber várias prendas. Como todos sabem o mundo é muito desigual.
2
Aprendi na universidade na cadeira de análise económica que tudo dependia de uma negociação a nível económico. Assim quando os sindicatos pediam, por exemplo, um aumento de 10% (mas estavam dispostos a aceitar 7% ou 8%) e a entidade patronal dizia que só podia pagar 5%, mas na realidade estariam dispostos a pagar 7% ou 8%. Face a isto entravam em negociações e chegavam a um acordo de 7% ou 8%.
Para concluir, os sindicatos pedem sempre mais do que a entidade patronal pode pagar e as entidades patronais dizem que podem pagar menos do que os sindicatos pedem e (normalmente) os sindicatos pedem mais do que na realidade podem aceitar.
3
Quando andei na universidade, aos sábados, ia com um grupo ao bairro alto. Num dos acessos estava um indivíduo a jogar à vermelhinha (três cartas, duas pretas e uma vermelhinha), dispunha as cartas com as imagens viradas para baixo perguntando quem queria jogar (consistia em tentar adivinhar qual das cartas era a vermelha). Uma vez um colega do nosso grupo jogou (isto é tentar adivinhar qual das cartas é a vermelha) e ganhou (o que era fácil, dado que era feito muito lentamente), mas as apostas iam subindo (aumentando) até que ele perdeu tudo o que ganhou mais o que tinha. Uma vez ele acertou na vermelhinha e o indivíduo disse, como estão todos a ver é a preta. Um do nosso grupo disse, é a vermelhinha, um matulão que também estava a ver disse é a preta e logo um coro de três ou quatro (que estavam feitos com o que dava cartas) disseram é a preta. Aquele do nosso grupo que disse é vermelha foi cercado, tal que teve que fugir. O apostador não tinha dinheiro bastante teve de deixar o casaco (para não levar uma carga de porrada). A seguir todos fugiram, uns para um lado e outros para outro lado.
Foi uma história da juventude.
4
Um estudante, antes da Revolução de Abril, estava escrevendo na parede a seguinte frase “ SALAZAR PODE MORRER NÂO FAZ FALTA À NAÇÃO”. Veio um PIDE e prendeu-o. No tribunal onde foi julgado, o estudante defendeu-se, dizendo que não tinha acabado a frase, ou seja, não tinha feito a pontuação. Então o aluno fez a pontuação e a frase ficou assim: SALAZAR PODE MORRER? NÃO, FAZ FALTA À NAÇÃO e assim foi libertado.
Conclusão: os pontos e vírgulas e outros sinais ortográficos podem alterar o texto, daí a sua importância (também eu erro às vezes).