Com o título «Vamos a contas!», a deputada do PSD do Faial escreveu o seu habitual artigo no Tribuna das Ilhas de sexta-feira passada. Como sou fraco em contas o título sugeriu-me a leitura do texto a ver se aprendia alguma coisa. Salomé Matos diz expressamente no seu artigo de opinião que, no Faial, «sem dúvida, estamos melhor do que no passado». Talvez, mas não é com os exemplos aduzidos pela deputada. Diz que a lista em que participou, encabeçada por Carlos Ferreira, reclamou para a ilha «todos os investimentos que, identificados como necessários e até mesmo essenciais, previam dar resposta aos problemas estruturais da ilha». Pensei que iria escrever sobre o porto da Horta, o Aeroporto ou até sobre a secretaria regional que desapareceu do Faial, engolindo a respetiva titular, faialense, sem que a própria deputada ou alguém do seu partido tenha dado qualquer explicação. Mas não. Entre os investimentos que cita está a martelada Tarifa Açores, que não é obviamente uma medida do Governo dirigida ao Faial. O problema é que este executivo, liderado pelo CDS, de estrutural, ainda não fez nada na nossa ilha, a não ser colocar uns cartazes do partido a reclamar as boas medidas do seu exercício como se não fossem medidas do Governo Regional de coligação. Talvez a deputada não viu esses cartazes e escreve pensando que o Governo é do seu partido. Vamos então aos outros exemplos de Salomé Matos. Primeiro, a localização do laboratório da covid-19 junto do Hospital. Uma medida por natureza provisória. Depois fala em obras de conservação na Escola António José d’Ávila. Se são de conservação não são estruturais. Finalmente diz que o Serviço de Desporto disponibilizou espaço, atrás do Pavilhão Desportivo, para as crianças jogarem. Isto foi para ajudar a colmatar a falta de instalações desportivas na escola. Deve ser uma medida transitória. Em conclusão, afinal onde estão as medidas estruturais? Publicar um texto destes é dirigi-lo apenas a quem está “a dormir na forma”. É próprio dos aprendizes da política empolgarem-se com os cargos públicos que vão ocupar. Precisamos é de políticos que já tenham passado esta fase, mas esses porventura andam escassos. Incluir a façanha de pintar uns riscos no chão nas parcelas da conta é sinal que a deputada nem sequer tirou a prova dos 9.