Rui Gonçalves

O palco é do Somos Portugal

25 de Julho de 2022


No mês de julho, que decorre, a ilha do Faial foi excecionalmente brindada com duas transmissões televisivas por dois canais nacionais. Primeiro foi o programa Somos Portugal, da TVI e depois a missa a partir da igreja do Carmo, na cidade da Horta, no Canal 1 da RTP. Não venho aqui discutir a importância das opções dos canais que o fizeram, porque a julgo inquestionável. Vou deter-me na missa. Assisti pela televisão. Gostei de ver. Aprecio, há muitos anos, a dignidade e a elevação de uma eucaristia bem celebrada. Assim aconteceu, no domingo, no Carmo. No entanto alguns aspetos motivaram a minha atenção e merecem-me crítica, que tomo a liberdade de, como sempre, fazer neste espaço. Voltando à missa, há muitos anos que a festa de Nossa Senhora do Carmo é um marco de relevo na vida religiosa faialense, que se estende também ao Pico. Não é preciso recordar que, no dia 16 de julho, na cidade da Horta se viam muitas carmelitas daquela ilha, envergando o escapulário pelas ruas da cidade. Este ano, presumo, a decisão da transmissão da missa pela RTP obrigou a uma composição diferente do programa. Tendo o dia 16 ocorrido num sábado, compreende-se que a missa da festa não pudesse ser transmitida. Foi então no domingo, às 9h30. A organização desta celebração eucarística é que foi curiosa. Para além do reitor do templo, incluiu também, naturalmente, a Ordem Terceira. Mas meteu a Câmara Municipal. Foi esta parte que eu não percebi. Os três promotores convidaram várias entidades locais a participarem na eucaristia, entre elas, as juntas de freguesia. Mas convidaram para o domingo e não para o dia da festa, que foi no sábado. O que pretenderam com esses convites, extensivos, como referi, a outras entidades públicas? Se era para participarem na festa, o convite devia ter abrangido o sábado. Cheguei a uma conclusão fácil: foi para compor o ramalhete da imagem televisiva. Talvez não fosse necessário e talvez tivesse sido mais autêntico. Mais evangélico, portanto. A missa, embora contendo ritos, não é um espetáculo. Esta mistura entre Igreja e política vem-se tornando um hábito no Faial. Já foi assim no passado. Lamento que se torture uma festa em honra de Nossa Senhora, só para ter palco. O palco é do Somos Portugal.

No mês de julho, que decorre, a ilha do Faial foi excecionalmente brindada com duas transmissões televisivas por dois canais nacionais. Primeiro foi o programa Somos Portugal, da TVI e depois a missa a partir da igreja do Carmo, na cidade da Horta, no Canal 1 da RTP. Não venho aqui discutir a importância das opções dos canais que o fizeram, porque a julgo…





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