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O Governo dos Açores vendeu ontem o Hotel da Graciosa e suas vilas, a par do Hotel das Flores, por cerca de 2,9 milhões de euros, anunciou o secretário regional das Finanças.
Em declarações aos jornalistas em Ponta Delgada, Duarte Freitas referiu que o processo da venda foi “célere, inovador e transparente”, tendo registado “excelentes resultados” na medida em que os hotéis foram vendidos, em média, 10% acima do valor avaliado pelos peritos da CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
No caso do Hotel das Flores, em que surgiram três concorrentes, o empreendimento foi comprado por 1,3 milhões de euros pelo empresário José Rogério, que gere uma outra unidade hoteleira na ilha.
Quanto ao Hotel da Graciosa (1.035 ME) e as suas vilas (530 mil euros), foram adquiridas pela Tecnovia, o único concorrente.
Para o secretário regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública, esta operação, desenvolvida pela empresa pública Ilhas de Valor, “demonstra bem a dinâmica que o turismo está a ter”, a par da “apetência dos privados por este tipo de infraestruturas”.
Duarte Freitas apontou que estas alienações deixam o Governo Regional “expectante para a gestão do património regional”, um projeto em que se pretende dedicar “muita atenção nos próximos meses”.
O titular da pasta das Finanças ressalvou que, em 2025, a empresa Ilhas do Valor vai concentrar-se na venda dos campos de golfe propriedade da região.
O modelo de venda dos imóveis contemplava a apresentação de uma proposta até às 24:00 de quarta-feira, acompanhada de uma caução, sendo que, já hoje, teve lugar um leilão entre os potenciais compradores, no qual os preços poderiam subir.
Duarte Freitas referiu que, "com esta aprendizagem pode-se também desenvolver processos de alienação de algum modo semelhante".
De acordo com o governante, o Governo dos Açores está a desenvolver um "projeto profundo de atualização das referências de todo o património regional", visando melhorar a sua gestão, diminuir os encargos de rendas que possam haver e alienar artigos aos privados.
Questionado sobre se, além da alienação do património da região, o Governo Regional pretende vender empresas do setor público empresarial, como a transportadora pública marítima Atlânticoline, Duarte Freitas considerou que “aos açorianos o que interessa é o serviço prestado nas melhores condições”.
“Se este serviço é prestado por privados com obrigações de serviço público ou por entidades públicas, é relevante mas não será o mais relevante”, frisou.