O parlamento dos Açores vai realizar esta semana um debate de urgência sobre os efeitos do incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, que obrigou ao encerramento temporário da maior unidade de saúde do arquipélago.
A iniciativa é da bancada do PS, o maior partido da oposição nos Açores, que exige explicações ao Governo de coligação PSD, CDS-PP e PPM “sobre todas as matérias” relacionadas com o incidente no HDES, que ocorreu em 4 de maio e que provocou prejuízos estimados em 24 milhões de euros.
Na ocasião, a secretária regional da Saúde, Mónica Seidi, determinou o encerramento temporário do hospital, devido à dimensão dos estragos, assim como a transferência de todos os doentes que estavam internados no HDES para outras unidades de saúde da região, da Madeira e do continente.
O líder dos socialistas açorianos, Francisco César, justificou, em conferência de imprensa, a necessidade de o executivo de direita prestar “mais esclarecimentos sobre a segurança nos cuidados de saúde” prestados naquele hospital, sobretudo depois do debate realizado na passada semana, na Antena 1/Açores, sobre esta matéria.
“Tem havido um conjunto de declarações da parte do Governo que não estão certas com a realidade”, denunciou Francisco César, considerando que isso tem provocado uma “reiterada falta de confiança na palavra” do executivo.
A agenda parlamentar do plenário de julho, o último antes das férias de verão, inclui ainda uma proposta do Bloco de Esquerda, que pretende criar um programa extraordinário de integração de trabalhadores precários na Administração Pública Regional.
A ordem de trabalhos desta semana integra também uma proposta de resolução do Governo com a conta da região de 2022, que evidencia um agravamento da dívida pública regional em 472 milhões de euros, assim como o 1º orçamento suplementar da Assembleia, apresentada pela mesa do parlamento, que reforça o orçamento do órgão máximo da autonomia regional em 915 mil euros.
O estatuto da carreira docente nos Açores, a utilização de pirotecnia silenciosa no arquipélago e a regularização dos denominados “Chãos de Melhoras”, em São Miguel, (terrenos onde foram construídas moradias, mas que não pertencem aos donos das casas), são outros dos temas em debate no parlamento açoriano.