A greve da Atlânticoline (ver artigo Greve da Atlânticoline gera indignação nos empresários), o transporte de pessoas e de mercadorias e a mão-de-obra são preocupações que unem os empresários do Faial e do Pico.
Estes constrangimentos foram debatidos e aprofundados numa reunião, hoje, no Faial, onde estiveram presentes os dirigentes da Câmara do Comércio e Indústria da Horta (CCIH), da Associação Comercial e Industrial da ilha do Pico (ACIP) e da Associação de Turismo Sustentável do Faial (ATSF).
Para os dirigentes destas três associações a intenção deste encontro foi debater estes constrangimentos e encontrar soluções para eles. São unânimes em afirmar que o objetivo não é criticar as tutelas destes setores mas colocarem-se à sua disposição para serem ouvidos.
Preferimos colaborar na tomada de decisão do que sermos confrontados com decisões já tomadas. «Desafiamos as tutelas que nos ouçam sempre que houver políticas para o setor do turismo, dos transportes de pessoas e mercadorias e do problema da falta de mão-de-obra», afirma Francisco Rosa da CCIH.
«Os Açores são nove ilhas com realidades bastante distintas e nem tudo o que é bom para os grandes serve para os pequenos» salienta o presidente da CCIH, realçando que é importante que quem tutela tenha um conhecimento mais profundo do terreno.
É no sentido de colaborar nas soluções que estas associações decidiram trabalhar em conjunto, diz Rui Lima, da ACIP, um trabalho que tem a ver com a «proximidade de duas ilhas separadas por apenas 5 Km».
Quanto às ligações aéreas, Rui Lima salienta que uma das preocupações tem a ver com a qualidade do serviço prestado pela única companhia que serve estas ilhas, quer nas ligações inter-ilhas, quer nas ligações diretas com o continente.
O transporte de mercadorias também foi abordado, nomeadamente a falta de previsibilidade que causa imensos problemas de logística e prejuízos aos empresários destas ilhas.
Pedro Rosa dá grande enfoque à falta de mão-de-obra, considerando que a sua escassez está a provocar entraves no desenvolvimento da nossa economia.
O presidente da ATSF considera que se trata de um problema que não pode ser resolvido apenas pelos privados, tendo que haver uma parceria com as entidades públicas e realça, por outro lado, que é necessário que a região esteja preparada para receber essa mão-de-obra de forma a integrá-la social e economicamente.
O empresário fala também da necessidade de qualificar e formar a mão-de-obra, ou seja «dar ferramentas à população tendo em conta as novas exigências do mercado».