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O OKEANOS – Instituto de Investigação em Ciências do Mar, da Universidade dos Açores e a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) vão participar no projeto internacional SEAGHOSTS, que visa a monitorização e conservação das populações das aves marinhas mais pequenas do planeta, os painhos.
O projeto foca-se em seis espécies que nidificam no Atlântico Norte, cuja ecologia e até a taxonomia são muito pouco conhecidas, uma vez que são muito difíceis de estudar (são exclusivamente noturnas em terra, não pesam mais que 50g e nidificam em pequenas cavidades em rochas ou solo).
Este projeto envolve dezasseis parceiros de onze países europeus, e ainda Cabo Verde, Estados Unidos e Canadá.
O principal objetivo do SEAGHOSTS é desenvolver um esforço coordenado para compreender o ciclo anual das diferentes espécies, as áreas oceânicas utilizadas durante a reprodução durante a migração, e quantificar as ameaças que afetam a sua conservação à escala europeia.
Verónica Neves, investigadora do Instituto OKEANOS afirma que “esta será uma ótima oportunidade para aprofundar o nosso conhecimento sobre a ecologia espacial global dos painhos (famílias Hydrobatidae e Oceanitidae), e contribuir para a preservação destas pequenas aves”, acrescentando que estes animais são fantásticas sentinelas do ecossistema marinho, “são altamente pelágicos, percorrem grandes distâncias no mar, têm uma vida muito longa e são extremamente sensíveis às ameaças antropogénicas em geral. São, pois, objetos de estudo ideais!”.
Serão incluídas seis espécies de painho, incluindo duas espécies endémicas, o Pedreirinho (Hydrobates jabejabe), endémico de Cabo Verde e o Painho-de-Monteiro (Hydrobates monteiroi), endémico dos Açores.
O conhecimento das rotas migratórias de várias espécies de painhos permitirá a identificação de ameaças e de zonas prioritárias para a conservação das espécies.