O Hospital da Horta acolheu hoje mais nove doentes provenientes de São Miguel, devido ao incêndio que deflagrou no sábado no hospital de Ponta Delgada e que obrigou a evacuar a maior unidade de saúde dos Açores.
“Até à data, chegaram 25 doentes no domingo, que fizeram hemodiálise no próprio dia, e durante o dia de hoje chegaram mais nove, que também farão hemodiálise até ao final do dia, totalizando 34 doentes do hospital de Ponta Delgada”, explicou à Lusa Joana Decq Mota, diretora clínica do Hospital da Horta.
O incêndio que deflagrou no sábado no Hospital Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, obrigou à transferência de todos os doentes internados e ao encerramento do Serviço de Urgência, Bloco de Partos e Bloco Operatório.
No dia seguinte, o Governo dos Açores declarou a situação de calamidade pública devido ao incêndio, cujas causas ainda não são conhecidas, como forma de "acelerar procedimentos" que permitam normalizar, num "curto espaço de tempo", a atividade da maior unidade de saúde açoriana.
Além dos 34 doentes hemodialisados, provenientes de Ponta Delgada, o Hospital da Horta continua a fazer tratamentos diários de hemodiálise a outros 30 doentes das ilhas do Faial e do Pico, situação que vai obrigar a administração a prolongar os turnos “até à meia-noite” e a reforçar também os recursos humanos.
“Isso implica prolongar turnos e necessitaremos de recursos humanos”, salientou a diretora clínica, acrescentando que no final da semana chegará “uma equipa de enfermagem e de assistentes operacionais” de São Miguel, para colaborar com a equipa de enfermagem da Horta.
Por falta de camas de internamento no Hospital da Horta, os doentes deslocados por causa do incêndio estão alojados, provisoriamente, em unidades hoteleiras, mas apesar de estarem longe da família dizem não ter razões de queixa.
“Para nós foi uma boa solução. Estamos muito bem instalados, não nos falta nada e somos muito bem acompanhados pelas senhoras enfermeiras e auxiliares, mas é claro que a gente estranha os nossos enfermeiros de lá”, admitiu Lina Bernardo, uma das doentes deslocadas, em declarações aos jornalistas, durante o tratamento na Horta.
Também Daniel Franguinho, emigrante açoriano radicado há 34 anos nas Bermudas, mas que estava de visita a Ponta Delgada, disse não se queixar da forma como foi recebido no Hospital da Horta.
“Estão tratando a gente muito bem, de todas as maneiras, a gente não pode falar mal de nada”, assegurou.
Apesar de ter duplicado o número de doentes em tratamentos de hemodiálise no Hospital da Horta, a diretora clínica da unidade de saúde disse que ainda poderá receber mais pacientes de outras áreas, caso seja necessário.