O Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pescas alertou hoje que a greve na Atlânticoline "vai durar o tempo que tiver de durar" e insistiu na intervenção do Governo dos Açores.
"Já se esgotaram todas as situações. A administração não tem condições para negociar connosco. Tem de vir outra pessoa. E o governo. A empresa é propriedade do governo. Esgotaram-se todas as tentativas porque a administração quer aquilo que não é possível", avisou o dirigente sindical Clarimundo Batista em declarações à agência Lusa.
O alerta surge um dia depois de o presidente do Governo Regional ter rejeitado "para já" qualquer intervenção do executivo açoriano no processo negocial.
"Quando a própria administração ou os sindicatos e o próprio governo no seu juízo sobre a situação vir que é útil a sua intervenção, falo-á, mas, para já, (a negociação) é no domínio da autonomia e independência da administração de uma empresa do setor público com os representantes dos seus trabalhadores", afirmou José Manuel Bolieiro aos jornalistas na ilha do Faial.
Hoje, o Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pescas (SIMAMEVIP) salientou que apenas estão a ser realizadas as viagens de serviços mínimos e alertou que os trabalhadores da empresa pública de transporte marítimo "não vão ceder".
"A greve vai demorar cinco meses, seis meses, vai demorar o tempo que tiver de durar. Sendo certo, porém, que nós não vamos abdicar, nem vamos levantar greve nenhuma", atirou.
A greve começou em 7 de março e chegou a ser suspensa em 19 de março devido às negociações entre o sindicato e a administração, mas foi retomada e está agora marcada por tempo indeterminado.
O sindicato reivindica aumentos salariais de 15% para os “maquinistas de primeira”, valor que a administração da empresa considera financeiramente incomportável.
O dirigente sindical defende que o aumento proposto pela empresa é, na prática, "de apenas 6%", já que a atualização das tabelas salariais para os trabalhadores da empresa já previa outros aumentos para o corrente ano.
"A administração está a fazer aqui um problema quando não existe problema nenhum", condenou Clarimundo Batista.