Pedro Catarino acaba de anunciar a sua decisão de convidar o líder da coligação vencedora das eleições de 4 de fevereiro a formar governo.
O representante da República sustenta a sua decisão com a posição manifestada pelos partidos que consideram que é à força política mais votada que compete formar governo.
Obteve também para isso a vontade do líder da coligação de constituir um executivo, apesar de não estar garantido o apoio maioritário a esse governo.
Pedro Catarino referiu-se, na sua declaração, ao resultado das eleições de há três anos, quando, disse, apesar de não ter sido registada também maioria absoluta, cinco partidos resolveram estabelecer acordos com o objetivo de garantir “inequívoca” estabilidade. Três deles, como se sabe, constituíram-se em coligação, aquela que veio agora a concorrer às eleições.
Neste momento, não se tendo desenvolvido contatos nem revelado vontades de estabelecimento de acordos com vista à formação de uma maioria absoluta no Parlamento, Pedro Catarino decidiu avançar para o convite ao líder da coligação.
O Partido Socialista e o Bloco de Esquerda já anunciaram que votarão contra o Programa do Governo.
Segundo o representante da República, os outros partidos, leia-se Chega, Iniciativa Liberal e PAN, reservam-se para a apreciação do Programa e só depois decidirem sobre o sentido da sua votação.
A declaração de Pedro Catarino, há momentos, no Solar da Madre de Deus, em Angra, foi marcada por um ato insólito.
José Manuel Bolieiro, acabado de ser convidado a presidir ao próximo Governo, teve também direito a uma declaração e respondeu às perguntas dos jornalistas, embora não tenha adiantado nada de novo.
Falou Bolieiro depois de Pedro Catarino, não se sabe por que razão. A interpretação mais imediata é de que que o representante da República se deixou subalternizar pelo presidente do Governo, para mais, ainda apenas indigitado.