O Governo dos Açores quer “definir incentivos à fixação de docentes” em 2024, anunciou a secretária da Educação na discussão do Orçamento, enquanto a oposição criticou a ausência de “projetos educativos estruturantes”.
“Em 2024, pela primeira vez, este Governo quer definir incentivos à fixação de docentes na região. Continuaremos o percurso de reforço de projetos educativos diferenciados e de qualidade”, revelou a secretária regional.
Sofia Ribeiro falava no plenário do parlamento dos Açores, na Horta.
A governante destacou o investimento de “mais de 36 milhões de euros” previstos para a educação em 2024, um “aumento de quase oito milhões face a 2023”.
“Nunca como em 2024 se investiu tanto na Educação e na Cultura nos Açores. Falamos de cerca de 43 milhões para os dois setores, num plano consolidado de responsabilidade que obedece ao programa de Governo para o quadriénio 2020-2024”, salientou.
A secretária da Educação e Assuntos Culturais realçou que, nos últimos três anos, “mais de mil trabalhadores nas escolas viram a situação laboral regularizada” e destacou o investimento de seis milhões para a cultura em 2024, mais dois milhões do que em 2023.
“Também nos Assuntos Culturais demos prioridade à qualificação e à estabilidade laboral dos trabalhadores da cultura nos Açores. Os nossos museus e bibliotecas dependiam fortemente para o seu funcionamento do recurso a trabalhadores avençados”, salientou.
O deputado do PS Rodolfo Franca acusou o Governo Regional de “querer fazer crer que é possível gerir a educação sem um único projeto educativo estruturante”, defendendo que os governos regionais socialistas “fizeram muito mais com muito menos”.
Relativamente à cultura, a socialista Marta Matos alertou que ainda não “foram pagos a totalidade dos apoios deste ano”, que já foram “sujeitos a cortes”.
A social-democrata Délia Melo criticou o PS por ter “deixado a região bater no fundo devido à falta de professores” e destacou a integração de 572 professores.
Também a líder parlamentar do CDS-PP, Catarina Cabeceiras, afirmou que o Governo Regional tem “apostado fortemente na classe docente”, exemplificando com as mudanças na carreira e com a existência de “mais professores nas escolas”.
A deputada do BE Alexandra Manes condenou a “gritante falta” de professores e de assistentes operacionais nas escolas e criticou o Governo Regional por estar a “dever mais de 700 mil euros aos agentes culturais”.