A Fábrica de Tabaco Micaelense (FTM), a maior produtora de cigarrilhas do país, alertou ontem que o aumento da taxação prevista no Orçamento do Estado (OE2024) deverá provocar um prejuízo de dois milhões e gerar um despedimento coletivo.
“Continua a ser muito preocupante a perspetiva de essa norma não ser alterada, na medida em que tem implicações gravosas. Aumentar o preço para mais do dobro – que é aquilo que teria de acontecer – altera radicalmente a presença do produto no mercado. Provavelmente significaria a retirada total do produto do mercado”, alertou o presidente da FTM, Mário Fortuna, em declarações à agência Lusa.
Em causa estão as alterações à fiscalidade do tabaco previstas na proposta de Orçamento do Estado para 2024, cuja votação final global está prevista para 29 de novembro na Assembleia da República.
Para a FTM, que é das poucas empresas a produzir cigarrilhas em Portugal, a duplicação da tributação deverá provocar um prejuízo de dois milhões e motivar um despedimento coletivo de 25 pessoas.
“A reação terá de ser obrigatoriamente o encerramento da linha e provavelmente o despedimento coletivo associado”, admite Mário Fortuna.
O também professor de economia da Universidade dos Açores avança que a FTM tem feito vários apelos junto dos governos da República e Regional e dos deputados eleitos pela região ao parlamento nacional.
Contudo, salienta Mário Fortuna, “vai uma distância muito grande entre a sensibilização e a execução”.
“É preciso que as coisas se alterem para que não haja esse efeito gravoso do Orçamento do Estado sobre o emprego na região, em específico sobre 25 famílias que possivelmente serão afetadas se não se fizer nada”, avisa o também presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada.