O Governo Regional dos Açores assinou ontem um protocolo, no valor de 40 mil euros, para a elaboração de um estudo que visa a criação de um centro interpretativo da base das Lajes, na ilha Terceira.
“Assinámos hoje com o Instituto Histórico da Ilha Terceira um protocolo que visa a criação de um plano de estudos e trabalhos, através da constituição de uma equipa de especialistas reconhecidos, destinado à implementação do projeto do centro interpretativo da base das Lajes”, afirmou o vice-presidente do Governo Regional, Artur Lima, em conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.
Segundo o governante, o objetivo é criar um centro interpretativo que “valorize o percurso histórico” da base das Lajes, “estimule a investigação científica e fomente o turismo cultural”.
O protocolo prevê a atribuição de uma verba de 40 mil euros, que já estava inscrita no orçamento da região para 2023, e vigora até 31 de dezembro de 2024.
O trabalho deverá incluir “metas claras, orçamento, cronograma, coordenação e recursos necessários”.
Artur Lima sublinhou que a base das Lajes foi um “catalisador da autonomia dos Açores” e que mantém importância estratégica atualmente.
“Sempre que há um conflito, a base das Lajes, que foi tão desvalorizada na década passada, volta a ter importância”, frisou.
O coordenador do estudo, Armando Mendes, doutorado em História, Defesa e Relações Internacionais, com uma tese sobre a base das Lajes, disse que a vice-presidência do Governo Regional optou por “não fazer folclore”, nem fazer “um trabalho parcelar”.
“O objetivo deste protocolo é estudar cientificamente esta base, os seus enquadramentos e, a partir daí, construir uma proposta para um centro interpretativo da base das Lajes. Contribuirão para este estudo especialistas dos Açores, nacionais e internacionais, alguns deles já estão contactados, nos Estados Unidos e inclusive no Brasil, onde há uma boa escola nesta área”, revelou.
Segundo Armando Mendes, “a base das Lajes é uma estrutura de longo curso que tem de ser interpretada nas suas raízes, na sua constituição, no tempo da sua existência até hoje e tem de se ser interpretada prospectivamente, aos níveis geopolítico, geoestratégico, ao nível da história das mentalidades, da história da cultura, no que diz respeito aos impactos das bases”.