A deputada do Partido Socialista, Ana Luís, expressou, esta segunda-feira, preocupação acerca da falta de acesso de crianças no Faial a serviços “essenciais” de Terapia da Fala.
“No Faial, mais de 20 crianças aguardam por serviços de Terapia da Fala. A Escola Básica Integrada da Horta, apesar de atender cerca de 94 crianças nesta área, não consegue dar resposta a todas as necessidades de intervenção, e as crianças são colocadas em lista de espera”, sinalizou, em nota de imprensa enviada às redações, a deputada do PS Açores, eleita pela ilha do Faial.
Ana Luís sublinhou ser “inegável” que os primeiros anos de escolaridade desempenham um “papel fundamental” no sucesso educativo das crianças, de acordo com estudos científicos na área da educação e, por isso mesmo, a intervenção precoce na infância está a ganhar uma importância cada vez maior.
Infelizmente, continuou a parlamentar, nem a Unidade de Saúde da Ilha do Faial nem o Hospital da Horta têm conseguido atender essas crianças devido às longas listas de espera. Além disso, a alternativa de recorrer ao setor privado, através do Vale Saúde, “também não tem sido uma solução disponível para essas famílias”, explicou.
Desde 2006, os Açores adotaram um modelo de educação inclusiva e apoio educativo, reconhecendo a importância da intervenção precoce e personalizada para crianças com necessidades específicas. A introdução de especialistas, como psicólogos, terapeutas ocupacionais e terapeutas da fala, demonstrou um aumento no número de crianças com autismo em diversas formas, enquanto também sensibilizou a comunidade para esta realidade.
O Grupo Parlamentar do Partido Socialista, em requerimento entregue na Assembleia Legislativa Regional, questionou o Governo Regional de coligação sobre quantos terapeutas da fala estão atualmente a prestar serviço no Faial, especificamente na Escola Básica Integrada da Horta, na Unidade de Saúde da Ilha do Faial e no Hospital da Horta, quantos utentes se encontram em lista de espera para serviços de Terapia da Fala, e quantas destas crianças, nestas entidades.
Os deputados socialistas querem saber quantos concursos foram abertos para a contratação destes técnicos, qual a modalidade de contrato em vigor e, em caso de impossibilidade de atender os utentes através de técnicos próprios, quantos vales saúde foram emitidos para dar resposta a esses utentes.