S ão cinco séculos ao serviço da comunidade. Constituída no século XVI, entre 1520 e 1522, a Misericórdia da Horta é uma das instituições mais antigas da ilha do Faial.

Na sessão solene comemorativa do Dia da Santa Casa da Misericórdia da Horta, realizada este mês no Teatro Faialense, o provedor Marco Silva evocou o ano de 1973, ano em que o Asilo de Mendicidade alterou o nome para Lar de São Francisco, nome da igreja anexa ao edifício da instituição, propriedade da Misericórdia. 

«Preocupa-me e deverá preocupar-nos a todos nós a degradação da igreja de São Francisco, para a qual necessitamos de apoio para avançarmos com a elaboração do projeto cujo custo será de cerca de 100 mil euros. Neste momento, e ao contrário do que acontece no Continente, as IPSS não conseguem candidatar-se a verbas do PRR diretamente com vista à requalificação deste património», adiantou.

No seu discurso, Marco Silva reconheceu ainda que a instituição enfrenta dificuldades na contratação de novos recursos humanos, obrigando-a a recorrer, em alternativa, a cidadãos de outras nacionalidades, o que exige uma maior necessidade de enquadramento. 

«Os salários não são aqueles que gostaríamos de praticar pelo trabalho desempenhado, mas sim os que conseguimos praticar de forma a garantir a sustentabilidade financeira da instituição», salientou, alertando para a necessidade de revisão dos valores dos acordos com as Instituições Particulares de Solidariedade Social com vista a suprimir estes impactos financeiros e continuar a garantir sanidade financeira e a realizar os investimentos necessários.

No que respeita à criação de condições físicas para as valências da instituição, o provedor referiu que, no mês de junho, foi lançada a primeira pedra do Centro de Alojamento Temporário que já se encontra em fase de construção.

Marco Silva adiantou também que, este ano, já foi assinado o contrato com o projetista, para a elaboração do projeto do Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão e Lar Residencial, obra que espera concretizar-se no decurso do próximo ano. 

No presente ano a Misericórdia da Horta iniciou ainda um Projeto Piloto, designado Novos Idosos, com vista a manter os idosos nas suas habitações e a retardar a sua institucionalização. Neste momento já foram celebrados mais de 50 por cento dos contratos com os respetivos utentes, estando o programa em execução com a duração contratualizada de três anos. 

«Esta instituição assume-se como um alicerce fundamental para a promoção da melhoria das condições de vida da comunidade envolvente, prestando, criando e desenvolvendo serviços estabelecidos com base nos princípios da qualidade, igualdade e responsabilidade social, tendo sempre como principal preocupação os nossos utentes porque são eles a base da nossa ação», disse, acrescentando que a Misericórdia da Horta é a segunda maior entidade empregadora da ilha e a primeira privada, com cerca de 180 colaboradores, prestando apoio a 503 utentes.

Atualmente são várias as valências que a Santa Casa dispõe: Estrutura Residencial para Idosos, Unidade de Cuidados Continuados Integrados, Serviço de Apoio Domiciliário, Rede de Atividades de Tempos Livres, Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão, Lar Residencial para pessoas com deficiência e Centro de Alojamento Temporário. 

Na sessão solene foram condecoradas e homenageadas as colaboradoras que completaram 25 anos ao serviço da instituição e as que se aposentaram recentemente.