25 de Setembro de 2023
Oposição confronta executivo da Câmara com projetos para o Faial
Rui Gonçalves

rui.incentivo@gmail.com
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Variante, porto e aeroporto levantam dúvidas

A última reunião da Câmara, cuja ordem de trabalhos não continha nenhum assunto de interesse relevante para o concelho, acabou por ser marcada pelo debate suscitado pelos vereadores do Partido Socialista à volta de temas recorrentes na sociedade faialense.

Tudo começou quando a oposição levantou o assunto da Variante.

José Leonardo confrontou o presidente sobre o prazo anunciado recentemente para o início da obra. Primeiro era para 2022, depois passou para agosto de 2023 e, a última versão é dezembro deste ano.

Carlos Ferreira manifestou-se esperançado com esta data para o início da obra, afirmando ser certo que a obra está agora mais perto da sua concretização do que estava no passado. Mas o seu vice-presidente, Carlos Morais acabou por declarar que estava convicto de que não seria já para este ano.

Leonardo lamentou que o Governo não se tivesse precavido para os previsíveis problemas decorrentes das expropriações e condenou Berta Cabral por atribuir aos faialenses a responsabilidade pelos atrasos. “Acontece no Faial, como acontece em todos os outros lugares”, disse. E adiantou que, só o visto do Tribunal de Contas pode levar meses, pelo que o atraso já é significativo.

Uma das críticas do vereador do PS foi dirigida concretamente ao presidente da Câmara por ter feito fé nas promessas do Governo, ficando assim corresponsável pelo atraso.
A Variante motivou ainda mais discussão quando Carlos Morais resolveu sair para o contra-ataque, acusando o PS de não ter realizado a obra.

Lúcio Rodrigues saiu à liça para lembrar que foi o PS que incluiu a Variante no PRR, acusando Carlos Ferreira de se esquecer deste pormenor quando “faz propaganda” à obra.

O tom do debate manteve-se para outro tema: o porto da Horta.

O PS quis saber o que é que estava programado para o espelho de água. Mais uma vez criticou a atitude de Carlos Ferreira ao “colar-se” à ideia de defender obras em terra. Isso levou a que, considerou, tenha baixado ou mesmo desaparecido a pressão local relativamente às necessidades de intervenção na água.

O presidente da Câmara, revelando sempre uma defesa ténue dos seus argumentos, afirmou que apenas sabe que o assunto está a ser estudado pela Portos dos Açores, mas não sabe em que ponto está o processo.

Foi então que José Leonardo lembrou e lamentou que é pena o presidente da empresa pública, Rui Terra, não ter desenvolvido esforços para implementar o projeto que defendeu e publicou no INCENTIVO antes de assumir o cargo que agora desempenha.
O Aeroporto foi novo pomo de discórdia. Tudo começou quando o vereador José Leonardo perguntou ao presidente da Câmara se o Governo Regional já tinha transferido a primeira parte dos 800 mil euros com que vai comparticipar quarenta por cento do projeto de ampliação da pista.

Carlos Ferreira disse que não sabia.

O ambiente provocado pelas questões lançadas pela oposição estava a tornar-se incómodo para o executivo e para o presidente.

Depois de informar que o trabalho encomendado ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) com vista à elaboração do caderno de encargos para o lançamento do concurso do projeto de ampliação da pista, Carlos Ferreira anunciou também uma reunião com o grupo que apoia a Câmara a ter lugar já amanhã.

Sobre o conteúdo desse trabalho não adiantou qualquer informação.

O que deixou surpreendidos os jornalistas do INCENTIVO, presentes na reunião de quinta-feira passada, foi a revelação de que não há dinheiro para a obra da pista do Aeroporto da Horta no quadro comunitário designado por 2030. Segundo Carlos Ferreira, o ministro do Governo da República já o tinha informado que o financiamento só seria possível depois de uma redefinição dos investimentos, se o dinheiro previsto no 2030 para Portugal não vier a ser todo utilizado.

Depois da República ter já transferido para a Câmara da Horta um milhão e 200 mil euros para lançamento do concurso do projeto, fica agora a saber-se que o Governo pode não dispor do financiamento necessário para a obra de ampliação da pista. 

A última reunião da Câmara, cuja ordem de trabalhos não continha nenhum assunto de interesse relevante para o concelho, acabou por ser marcada pelo debate suscitado pelos vereadores do Partido Socialista à volta de temas recorrentes na sociedade faialense.

Tudo começou quando a oposição levantou o assunto da Variante.





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