A festa de São Pedro, cujo dia litúrgico ocorre este ano na quinta-feira, 29 de junho, está a provocar alguma celeuma entre os organizadores dos arraias.

A festa popular de São Pedro, que na ilha do Faial assume particular relevância no porto de Castelo Branco e no Bairro da Boa Vista, este ano está envolvida num conflito de datas.

As organizações destas duas festas pretendiam estender as comemorações ao fim-de-semana. Mas, perante a decisão da Câmara de realizar, pelo segundo ano consecutivo, a Festa Branca, a ter lugar no sábado 1 de julho, o São Pedro ficará circunscrito apenas à quinta e sexta-feiras, ficando de fora o sábado, considerado o dia mais forte para as festas de rua.

Confrontada com a situação na última reunião da Câmara, a vereadora responsável pelas festas explicou ao INCENTIVO que o assunto ficou resolvido através do entendimento alcançado com as juntas de freguesia de Castelo Branco e da Matriz.

Segundo Maria Antónia Dutra, em reuniões realizadas no mês de fevereiro, a Câmara e as Juntas acordaram dividir os principais dias de festa, que são a sexta e o sábado, entre as freguesias e a cidade. Assim, ficou estabelecido que a sexta-feira seria destinada às freguesias e o sábado à cidade. A proposta, segundo Maria Antónia Dutra, obteve a concordância de ambas as juntas de freguesia.

A Câmara vai abdicar do encontro de música tradicional, organizado pelo Grupo de Cantares Ilha Azul, que habitualmente se realizava na sexta-feira à noite, na Praça da República, abdicando as freguesias de arraial no dia de sábado.

Esta explicação não coincide com as de Victor Pimentel e Laurénio Tavares que, ao INCENTIVO, declararam não considerarem correto prejudicar os arraiais de São Pedro em favor da Festa Branca. Os argumentos são fáceis de compreender uma vez que São Pedro é uma festa popular que deve ser mantida honrando a tradição e que já existia muito antes de surgir a Festa Branca.

O presidente da Junta de Freguesia de Castelo Branco disse ao jornal que propôs o adiamento da Festa Branca para o fim-de-semana seguinte, mas não obteve resposta da Câmara.

Por seu turno Laurénio Tavares fez também notar ao jornal a sua posição, no sentido das celebrações do aniversário da elevação da Horta de vila a cidade, não interferirem com a festa popular do São Pedro.

Esta aparente falta de convergência entre as freguesias e a Câmara não avaliza a afirmação da vereadora Maria Antónia Dutra revelando que as Juntas manifestaram o seu acordo com a proposta da Câmara.

Entretanto, na mesma reunião da Câmara da semana passada, o vice-presidente Carlos Morais, que presidiu à sessão, respondendo ao INCENTIVO, explicou que a Festa Branca não podia ser transferida para o fim-de-semana seguinte porque a empresa que monta os adereços nas ruas da cidade estava já comprometida com a outra data. E garantiu que, com este novo executivo da Câmara, a Festa Branca vai continuar a realizar-se por ocasião do aniversário da elevação da Horta a cidade.

Por parte da Junta de Freguesia de Castelo Branco, Victor Pimentel adiantou que a sua autarquia vai apostar, em alternativa, nas comemorações do dia da freguesia, que acontecem a 10 de julho, prescindindo assim de maior investimento no São Pedro do porto de Castelo Branco.

Quanto ao Bairro da Boa Vista, na freguesia da Matriz, sabe-se apenas que a comissão organizadora desistiu de fazer festa no sábado.