A baía, o porto, a marina e a cidade da Horta acolhem esta semana uma grande competição de vela oceânica internacional, com a passagem pela ilha do Faial da segunda edição da “Défi Atlantique”, prova oficial da Federação Francesa de Vela destinada a iates da ‘Classe40’ (embarcações de 12 metros) e a equipas com um mínimo de dois tripulantes, que largou a 1 de abril da ilha de Guadalupe, nas Antilhas.
Segundo nota de imprensa da Portos dos Açores, no final da primeira etapa daregata, a meio da tarde desta terça-feira e após 2726 milhas náuticas percorridas, entre Pointe-a-Pitre e a Horta, a vitória coube ao skipper francês Ian Lipinski, no veleiro “Credit Mutiel”, que faz equipa com os compatriotas Antoine Carpentier e Rémi Fermin, após 10 dias, 0 horas, 11 minutos e 36 segundos de navegação de alto mar.
O pódio desta prova, destinada a navegadores profissionais e semi-profissionais, completou-se, ainda até ao final de terça-feira, com dois skippers italianos, concretamente Ambrogio Beccaria (“Alla Grande - Pirelli”) e Alberto Bona (“IBSA”), o primeiro a mais de 1 hora e 56 minutos dos vencedores e o segundo com uma diferença de mais de 5 horas e 36 minutos para os gauleses que cortaram a linha de meta na frente.
Esta edição da regata transatlântica “Défi Atlantique” envolveu agora 13 veleiros da ‘Classe40’ (mais um que em 2019) e um total de 44 velejadores, de cinco nacionalidades diferentes, entre franceses, italianos, belgas, ingleses e espanhóis, achando-se na frota três mulheres e registando-se, em alguns casos, acertos nas tripulações para a segunda etapa, em direção à Europa continental.
O percurso entre a ilha de Guadalupe, nas Antilhas Francesas, e a Horta, desenvolve-se num trajeto ideal, em linha reta, de 2223 milhas náuticas, mas, na realidade, todos os veleiros, no final da primeira etapa terão percorrido, sobre o fundo do mar, pelo menos, mais 500 milhas, em função das especificidades da navegação à vela, que implicam contar com as diferentes direções do vento para traçar o melhor percurso, procurar as zonas de ventos mais intensos para assegurar bons desempenhos e fugir, em certas situações, de condições de mar e vento desaconselháveis, para salvaguarda da integridade das embarcações e suas tripulações.
De entre os participantes nesta edição da “Défi Atlantique” estão velhos conhecidos de outras competições de alto-mar para os Açores, com relevância para Ian Lipinski (vencedor da Les Sables > Les Açores > Les Sables em 2012 e em 2016, neste último caso no segmento de iates protótipo) e Ambrogio Beccaria (que foi vencedor da Les Sables > Les Açores > Les Sables em 2018, para embarcações Mini, no segmento dos veleiros de fabrico em série).
A “Défi Atlantique” é uma regata destinada exclusivamente a embarcações de 40 pés de comprimento (12,19 metros), agregadas na ‘Classe40’ (existente desde 2004), que se destina a trazer de volta das Caraíbas para a Europa as embarcações que, no final de 2022, estiveram envolvidas na famosa “Rota do Rum”, relevante competição do panorama náutico internacional para solitários, que ocorre a cada quatro anos. Note-se que a “Defi” é a única regata de alto desempenho a escalar os Açores no âmbito de travessias completas do Atlântico Norte e aprofunda o ciclo de eventos que todos os anos passam no arquipélago açoriano e que apresentam, repetidamente, a chancela oficial da Federação Francesa de Vela para provas offshore.
A segunda etapa da “Défi Atlantique” faz-se ao mar, na baía da Horta, previsivelmente no domingo, 16 de abril, pelas 13h00 horas [sujeito a confirmação, quanto ao dia e hora], para mais cerca de 1200 milhas de navegação oceânica, agora em direção a La Rochelle, França, sendo que estas mesmas embarcações da ‘Classe40’ (previsivelmente com um pelotão bem superior, com cerca de 25 iates) voltam à ilha do Faial no próximo mês de julho, para a 8.ª edição da Les Sables > Horta > Les Sables, prova de cadência bienal, que se realiza, repetidamente, já desde 2009.