Já se encontra concluída a operação de recolocação do brasão em frente ao Forte de Santa Cruz. “Esta ação representa o cumprimento de mais uma promessa feita aos faialenses”, afirmou o vice-presidente da Câmara Municipal da Horta na visita ao local, acompanhado pelo vereador Eduardo Pereira.
O brasão foi retirado em virtude das obras da Frente Mar, que abrangem aquele espaço da cidade. Estava no projeto. Mas, à semelhança do que aconteceu com a calçada do passeio da Avenida, só depois da obra em execução se começaram a ouvir as vozes discordantes.
O presidente da Câmara anterior foi sensível aos argumentos dos munícipes e, antes de deixar a presidência da Câmara, disse ao INCENTIVO que iria estudar uma solução para a recolocação do brasão. Adiantou, na altura, que o projetista estava a estudar uma solução “em baixo-relevo”.
Veio a nova Câmara e a opção foi pela calçada portuguesa. O projetista continuou a defender como primeira opção o baixo-relevo, mas o executivo da Câmara optou pela calçada.
O brasão está recolocado mas são mais que muitas as dúvidas sobre a opção. Há aqueles que acham bem, e há também os que veem aquela solução como a emenda pior que o soneto.
Para além da hipótese que estava a ser considerada pela Câmara anterior, em baixo-relevo, havia ainda outras soluções.
Uma delas era a recolocação do brasão em dimensões mais reduzidas, não retirando assim o destaque que o projetista pretendeu dar ao edifício com o chão de pedra serrada, o que não veio a acontecer com aquela mancha branca que agora lá se encontra.
Outra solução seria o desenho do brasão em contorno a calcário sobre fundo de basalto, como está feito no adro da igreja das Angústias.
Como está, o brasão do chão parece rivalizar com o pórtico de entrada, não ficando claro aos olhos do observador qual é o destaque do conjunto. Se o que está no chão, se o próprio pórtico e a inscrição que o encima.
Outro aspeto que fere a vista é a junção do calcário com o basalto da pedra serrada. O cercado do brasão poderia confinar com a pedra serrada, que também é basalto, não se vendo qual a vantagem de uma margem branca entre os dois: a pedra serrada e o basalto do cercado.
A Câmara Municipal esclareceu, em comunicado distribuído ontem que “depois de tomadas diligências, designadamente junto de historiadores da ilha (…) foi possível apurar que o brasão que existia no local, retirado no decurso da primeira unidade da Frente Mar, traduzia uma interpretação das antigas armas da ilha do Faial, com base em elementos documentais sobre o tema”.
O executivo teve a oportunidade de recolher mais informação sobre o brasão, adianta a nota da Câmara, e, face ao apurado, decidiu recolocar o brasão que se encontrava anteriormente no local.
O Forte de Santa Cruz é monumento nacional desde 1947.
O trabalho de recolocação do brasão foi executado pela empresa AFAVIAS, em cerca de três semanas, num investimento de 10.920 euros.
O INCENTIVO apurou ainda que as lajes de pedra aparelhada que se encontravam à entrada do edifício da Pousada serão utilizadas no passeio do lado oposto, em frente ao edifício onde funcionou a Moagem, numa extensão de cerca de 40 metros quadrados.