20 de Março de 2023
Coordenador de programa alerta para nível de literacia baixo nos Açores
Lusa

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Os alunos apoiados pelo programa A a Z, da Iniciativa Educação, nos Açores, conseguiram alcançar os resultados dos colegas de turma, mas o nível geral de aprendizagem é “baixo” e exige intervenção, alertou na última semana o coordenador do programa.

“O que se verifica é que o nível geral é baixo. Claro que os nossos [alunos], tendo partido de tão baixo, atingiram um patamar interessante, mas, em geral, há preocupação de as turmas deverem melhorar significativamente o rendimento”, afirmou, em declarações aos jornalistas, o coordenador do programa A a Z e professor da Universidade do Minho, João Lopes.

O responsável falava, na Praia da Vitória, na Terceira, à margem da apresentação dos resultados do ano letivo 2021-2022 do programa, que ajuda a ler alunos do 1.º e 2.º anos do primeiro ciclo com maiores dificuldades.

Iniciado em 2019, nos Açores, o programa da Iniciativa Educação Teresa e Alexandre Soares dos Santos foi alargado recentemente a todas as ilhas do arquipélago.

Em 2021-2022, abrangeu 336 alunos nos Açores, mais de metade do total dos alunos abrangidos no país (624).

Segundo João Lopes, os resultados foram positivos, mas os níveis de partida eram “muito baixos”.

“No caso dos alunos do 1.º ano, conseguimos que praticamente todos os alunos chegassem ao final do ano a ler”, avançou.

No 2.º ano, os alunos apoiados pelo programa iniciaram o ano letivo a ler 23 palavras por minuto, menos 19 do que os colegas de turma, mas terminaram o ano letivo a ler 63 palavras por minuto, mais duas do que os restantes alunos.

“No caso do 2.º ano, os resultados ainda são mais interessantes, porque os nossos alunos em apoio atingiram a média da turma. A maior parte deles são indistinguíveis relativamente à turma”, explicou o coordenador.

Para João Lopes, é preciso uma “melhoria geral” do ensino, pelo que foi criado um curso de formação à distância, destinado não apenas aos tutores do programa, mas a todos os professores titulares.

“Passará mais por dar apoio às professoras titulares de outros locais do que propriamente estar a dar apoios individualizados, porque os apoios individualizados, para além de representarem um esforço enorme, acabam por abranger apenas aqueles alunos”, defendeu.

O presidente da Iniciativa Educação, Nuno Crato, reconheceu que os números de literacia em Portugal ainda são “preocupantes”.

“Cerca de 20% dos nossos jovens tem grandes dificuldades de leitura e, quando esses jovens não são acompanhados de forma a ultrapassarem estas dificuldades, são dificuldades que se repercutem pela vida fora”, alertou.

Nuno Crato, que foi ministro da Educação, fez uma avaliação “muito positiva” do programa A a Z, frisando que os alunos apoiados “progrediram a uma velocidade tal que lhes permitiu alcançar a média da turma”, mas sublinhou que é preciso “fazer mais”.

“Um jovem que não sabe ler não consegue progredir na sua educação, não consegue aprender geografia, história, não consegue ser um cidadão ativo. E quanto mais cedo se começar, melhor”, apontou.

O presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, destacou a importância da parceria com a Iniciativa Educação e manifestou a intenção de alargar o programa a todas as escolas do arquipélago.

“Já conseguimos atingir o 1.º e 2.º ano do 1.º ciclo do ensino básico e estar em todas as ilhas. Queremos estar em todas as escolas. Não queremos apenas para os professores tutores, mas para todos os professores poderem ter uma formação e uma sensibilidade nesta área”, adiantou.

Os alunos apoiados pelo programa A a Z, da Iniciativa Educação, nos Açores, conseguiram alcançar os resultados dos colegas de turma, mas o nível geral de aprendizagem é “baixo” e exige intervenção, alertou na última semana o coordenador do programa.

“O que se verifica é que o nível geral &eacu…





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