09 de Março de 2023
Nuno Barata “rasga” acordo com o PSD e deixa Governo sem água no leme
Rui Gonçalves

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Independente Carlos Furtado acompanha deputado da Iniciativa Liberal

O deputado da Iniciativa Liberal, Nuno Barata, anunciou ontem na Assembleia regional que denunciava, unilateralmente, o acordo celebrado com o PSD após as últimas eleições, que permitiu a formação do Governo de José Manuel Bolieiro com maioria parlamentar.

Nuno Barata disse no plenário, a decorrer na Horta, que o Governo não pode contar mais com ele.

Denunciando aspetos do acordo, que tinha “apenas dez pontos”, que segundo ele não foram cumpridos, o deputado que lidera a Iniciativa Liberal nos Açores, informou que vai comunicar a sua decisão ao representante da República.

O deputado independente, que assinou com a coligação de Governo um acordo também de incidência parlamentar, aproveitou a boleia e desvinculou-se das suas obrigações, com as quais se tinha comprometido em representação do Chega, também após as últimas eleições.

Este anúncio de Nuno Barata caiu na Assembleia como uma bomba, embora já fosse conhecido do Governo e dos partidos da coligação.

A prova disso foi a ausência do presidente do Governo e do vice-presidente no debate. Ficou para Duarte Freitas a ingrata tarefa de defesa do executivo.

Não é a primeira vez que Bolieiro toma esta atitude. E Artur Lima também. Fogem ao confronto no parlamento.

Esta discussão decorreu durante a manhã. À tarde já estavam os dois presentes na posse da nova secretária regional da Saúde e Desporto, Mónica Seidi que, como se sabe, substitui Clélio Meneses.

Durante a discussão da declaração política de Nuno Barata ficou claro que o Governo está passando uma fase difícil. E na discussão as dificuldades foram bem evidentes na bancada do Governo e nas bancadas do PSD, CDS e PPM.

Paulo Estêvão, que se assume como líder parlamentar da coligação tentou “assassinar” Nuno Barata. Disse que ele era como o escorpião e era, desde o início desta legislatura, fonte de instabilidade.

Ao arrepio do que disse o líder do PPM, veio a seguir Bruto da Costa, em nome do PSD, reafirmar que continuava a contar com o apoio da Iniciativa Liberal e, consequentemente, de Nuno Barata.

Mas a desorientação da coligação não ficou por aqui. Rui Martins, falando em vez da líder parlamentar do partido, Catarina Cabeceiras, como vem sendo hábito, acusou Nuno Barata de chamar a si as medidas boas do Governo, deixando para os outros as dificuldades. Mas caiu na contradição de apresentar como exemplos de medidas boas, só propostas do CDS executadas por Artur Lima, como creches gratuitas ou bolsas de estudo. Ou seja, fez o que criticou em Nuno Barata.

Partido Socialista e Bloco de Esquerda mantiveram uma postura mais ou menos equidistante, para não se comprometerem com a responsabilidade de deitar abaixo o Governo.

Entrámos decididamente numa nova fase da política açoriana cujas consequências são ainda imprevisíveis.

Ninguém quer contribuir para derrubar o Governo para não arcar com custos eleitorais. E o Governo parece decidido a arrastar-se numa governação que perdeu apoio político.

Clélio Meneses foi quem fez despoletar a desestabilização que se vive agora no Governo e na Assembleia. Com a sua demissão parece ter encorajado os críticos que, segundo algumas vozes que se ouvem por aí, estão principalmente no seio do PSD.

Já percebemos que não vamos ter, nem moção de censura ao Governo, nem moção de confiança. Sendo assim o Governo continua a ter legitimidade para se manter em exercício. Se tiver que sucumbir, veremos quem despoleta a bomba

O deputado da Iniciativa Liberal, Nuno Barata, anunciou ontem na Assembleia regional que denunciava, unilateralmente, o acordo celebrado com o PSD após as últimas eleições, que permitiu a formação do Governo de José Manuel Bolieiro com maioria parlamentar.

Nuno Barata disse no plenário, a decorrer na Horta, que o Governo não…





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