O deputado municipal da CDU, André Goulart, apresentou, na última sessão da Assembleia Municipal, uma proposta de recomendação à Câmara com um Plano de Apoio aos Faialenses Face à Inflação e Pobreza Energética.

A proposta foi rejeitada, contando com o voto favorável apenas do representante da CDU, a abstenção do PS e o voto contra dos deputados municipais da coligação que governa a Câmara.

A discussão do voto constituiu oportunidade para o presidente da Câmara anunciar que, na próxima reunião do executivo, vai apresentar para aprovação um pacote de medidas de apoio às famílias e às empresas. E disse que o mesmo tem a colaboração dos vereadores do Partido Socialista, procurando com esta referência, concretizada aliás na vereadora Ana Catarina Goulart, mostrar que a proposta será consensual e terá o apoio da oposição.

Deste pacote ainda não se conhece nada mas espera-se que traga aos faialenses ajuda, sobretudo para quem mais precisa dela.

A proposta de recomendação da CDU foi discutida na passada sexta-feira mas não logrou obter aprovação, tendo no entanto o mérito, salientado pelos intervenientes no debate, de trazer à discussão um assunto importante e de grande atualidade.

Entre as propostas da CDU contam-se o acesso dos idosos a apoio à compra de medicamentos, o pagamento aos estudantes beneficiários de bolsa de uma viagem de avião, a atribuição de um kit de material escolar, a restituição do IVA aos munícipes na compra de eletrodomésticos, a isenção de pagamento na limpeza de fossas, a garantia de esterilização de gatos e cães e ainda diversos apoios à habitação.

A argumentação de André Goulart foi rebatida pelas outras bancadas, à exceção do representante do PPM, que não interveio.

Do lado do PSD e CDS, Estêvão Gomes e Rui Martins, respetivamente, consideraram que a proposta não tinha sentido, mesmo antes do anúncio de Carlos Ferreira, porque os parâmetros expressos na proposta tinham praticamente todos acolhimento em soluções já em execução, quer no que se refere a apoios do Governo, quer no que respeita a apoios da própria autarquia.

Victor Pimentel, falando em nome do Partido Socialista, acompanhou os argumentos da maioria, salientando nomeadamente que, para o seu partido apoiar uma proposta daquelas, ere pelo menos necessário saber onde se iria buscar o dinheiro e, nessa medida, de onde seria tirado.

André Goulart reconheceu a eventual lacuna da sua proposta, argumentando no entanto que esse seria um trabalho a desenvolver pelo executivo, que tem o apoio dos diversos serviços da Câmara.

O deputado municipal manifestou-se entretanto satisfeito por aquela ter constituído uma oportunidade de reflexão sobre um assunto, de extrema atualidade, no que foi acompanhado pelos restantes participantes no debate.

Um dos aspetos mais notórios da última sessão da Assembleia Municipal foi o resultado que a Câmara e os partidos que a apoiam obtiveram durante o debate dos diversos pontos em análise.

À boleia do sucesso das festas que a Câmara promoveu durante este seu primeiro ano de mandato, Carlos Ferreira saiu da reunião sem ser chamuscado.

Revelou, por outro lado, conhecimento dos assuntos em discussão e não teve pela frente uma oposição digna desse nome.

O Partido Socialista está em baixa, tanto assim que coube quase exclusivamente a Victor Pimentel fazer o que tem feito nos últimos tempos: aguentar o partido na medida e enquanto pode.

Não passaram desapercebidas aos ausências, na bancada socialista, de Rui Santos, Gui Menezes ou Luís Prieto, para citar só alguns dos nomes sobre quem, para além de Pimentel, tem recaído a defesa dos pontos de vista socialistas.