A primeira fase das obras de reabilitação da réplica da Torre de Belém, na ilha cabo-verdiana de São Vicente, construída há cem anos e casa do Museu do Mar, vai arrancar hoje, anunciou o Governo cabo-verdiano.
A informação foi avançada pelo Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, através do Instituto do Património Cultural IPC), indicando que nesta fase as intervenções serão essencialmente para correções das anomalias patológicas do edifício, como a reparação das fissuras dos elementos decorativos das fachadas ou substituição dos elementos fraturados.
Também vai ser feita a manutenção das estruturas de madeira da cobertura, manutenção de portas e janelas, pintura de toda a superfície interior e exterior da torre, revestimento da telha germânica manutenção de soalho, substituição de todos os equipamentos sanitários, pintura dos metais existentes na torre, substituição e instalação elétrica na torre.
“Com a reabilitação do museu pretende-se aumentar a vida útil do edifício de grande valor histórico garantindo a sua funcionalidade e modernização, mas preservando, ao mesmo tempo, o seu valor histórico, cultural e arquitetónico”, referiu aquele Ministério.
Localizado entre o Mercado de Peixe e a Praia dos Botes, em plena Avenida Marginal e defronte para o Porto Grande e para o Monte Cara, o monumento centenário foi construído em 1920 pelos portugueses, para ser uma réplica da fortificação original, edificada entre 1514 e 1519, em Lisboa.
O monumento alberga atualmente o Museu do Mar, mas quer aumentar a simbologia, explorando mais a história da cidade do Mindelo.
O edifício recebeu a última intervenção em 2010 e estas novas obras são financiadas pelo Fundo Autónomo das Pescas, projeto Mergulhar e pelo Orçamento do Estado de Cabo Verde.
Em 16 de maio, foi assinado um protocolo entre a Direção-Geral das Pescas e Aquacultura, o Fundo Autónomo das Pescas e o IPC para concretizar a empreitada, avaliada em 8,5 milhões de escudos (77 mil euros).
Para o Ministério da Cultura, o foco da reabilitação é que o edifício agregue valor enquanto produto turístico e contribua na dinamização do setor, “de olhos postos no desenvolvimento local através da diversificação e promoção das ofertas”.
Está prevista uma segunda fase, em que as intervenções serão a nível museográfico e requalificação da área em torno, previu ainda a mesma fonte.
Aquele edifício funcionou na década de 1980 como sede da empresa pública Scapa, criada precisamente para apoiar a pesca artesanal.