O PS/Açores propôs ontem a criação de um apoio extraordinário às rendas, para fazer face ao aumento das taxas de juro, acusando o Governo Regional de “omissão e ausente” na adoção de medidas de apoio às famílias.
“O apoio extraordinário e temporalmente limitado é concretizado através de duas medidas essenciais. A primeira consiste na alteração do regime jurídico de renda apoiada, de forma a garantir a abrangência a mais famílias e aumento da intensidade do apoio. A segunda, na criação de um apoio financeiro determinável, em função do rendimento e do peso relativo do custo da renda no mesmo”, adiantou o dirigente socialista Berto Messias.
O também deputado regional apresentou, em Angra do Heroísmo, as conclusões da mais reunião do secretariado regional do PS, que se realizou no sábado em Ponta Delgada e na qual foi nomeado como vice-presidente do PS/Açores pelo líder dos socialistas açorianos, Vasco Cordeiro.
Os socialistas alertaram para a inflação e para a subida das taxas de juro, alegando que vão “tornar mais difícil a compra de primeira habitação por parte dos jovens” e o “cumprimento de compromissos atuais”.
Por isso, o PS vai propor, no parlamento açoriano, que o Governo Regional crie de um apoio extraordinário às rendas de habitação, “limitado a um período de dois anos”.
O PS pretende que seja dada “prioridade máxima” à execução de uma verba de 60 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), negociada pelo anterior executivo (PS), “destinada à construção de novas habitações e à recuperação de habitações existentes”.
Berto Messias insistiu na redução do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) e na criação de uma majoração de 30 euros ao apoio extraordinário à aquisição de bens alimentares atribuído pelo Governo da República, no valor de 60 euros, medidas que o partido já tinha proposto na Assembleia Legislativa dos Açores, mas foram rejeitadas.
“O Governo Regional, apoiado pelo Chega e pela Iniciativa Liberal, tem-se revelado confrangedoramente omisso e ausente na adoção de medidas regionais para ajudar as famílias a enfrentar esta situação”, frisou.
Questionado sobre as medidas do Governo, o vice-presidente do PS/Açores acusou o Executivo Regional de demorar demasiado tempo a implementá-las.
Berto Messias frisou que o executivo açoriano terá um aumento de receitas fiscais, devido à inflação, e calculou esse valor com base em declarações recentes do líder nacional do PSD, Luís Montenegro, nos Açores, que disse que o Governo da República teria um aumento de receita fiscal de 3.000 milhões de euros.