A Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH) reivindicou ontem a alteração do modelo de transporte marítimo de carga nos Açores, com uma maior rentabilização do porto da Praia da Vitória.

“O problema dos transportes marítimos de mercadorias é estrutural e só poderá ser solucionado com a alteração no paradigma do modelo atual e com a capitalização e rentabilização da infraestrutura já existente no Porto da Praia da Vitória”, avançou a CCAH, em comunicado de imprensa.

A associação empresarial, que representa empresários das ilhas Terceira, Graciosa e São Jorge, manifestou “solidariedade” com os empresários das ilhas de São Jorge, Pico e Faial, “que vêm sofrendo problemas frequentes de atrasos sistemáticos nas escalas de navios de mercadorias”.

Por isso, a CCAH propôs “uma atualização e adaptação das escalas dos navios”, que otimize o porto da Praia da Vitória, “de modo as que as ilhas do grupo central não sejam prejudicadas”.

“O transporte de mercadorias dos Açores deve ser visto de uma forma global e integrada e as políticas de transportes devem ser otimizadas, numa perspetiva de desenvolvimento igualitário entre todas as ilhas, de forma a que o povo açoriano receba a sua mercadoria na mesma semana em que o navio sai do porto de origem do continente”, salientou.

A associação empresarial alega que, neste momento, isso “não está a acontecer”.

“Sem previsibilidade e celeridade nos transportes não temos capacidade de desenvolvimento de todas as ilhas e esta previsibilidade e celeridade não se compadece com políticas monopolistas e ou centralistas”, justificou.

A secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, disse, na semana passada, no parlamento açoriano, que o Governo Regional vai avançar, em junho, com um estudo sobre transporte de mercadorias interilhas, tendo em vista “a construção de um verdadeiro mercado interno”.

“Vamos avançar, em junho, com uma consulta para o estudo dos transportes marítimos de cabotagem dentro da região. O caderno de encargos está praticamente concluído. Neste momento, estamos a ponderar com muito cuidado todos os termos de referência para fazerem parte do caderno de encargos”, adiantou.