O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, admitiu ontem rever o sistema de financiamento das associações de bombeiros dos Açores, para assegurar mais estabilidade e previsibilidade na transferência de verbas.
“É preciso fundamentar a responsabilidade pública do financiamento, para que seja estável, regular e previsível, através da contratação programática com o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores e com o Governo Regional, bem como em outras áreas de complementaridade do financiamento”, explicou o chefe do executivo, durante a cerimónia de inauguração do novo quartel dos Bombeiros Voluntários Faialenses, na ilha do Faial.
José Manuel Bolieiro lembrou que o Governo de coligação tem assegurado um aumento gradual de verbas para financiamento do Serviço Regional de Proteção Civil e para dotar as 17 associações de bombeiros da região com melhores meios e equipamentos, no sentido de puderem garantir a prestação de melhores cuidados e serviços às populações.
“O Governo assegurou um aumento de 8,3% no transporte de doentes não urgentes e de 2,7% no transporte urgente das associações humanitárias de bombeiros voluntários, o que representa uma dinâmica de progresso e de reforço dos apoios”, recordou o presidente do Governo.
Bolieiro realçou também o aumento de 29% no apoio ao combustível, e ainda na aquisição de novas viaturas de pronto-socorro e de ambulâncias.
As declarações do presidente do Governo surgiram em resposta ao repto lançado pelo presidente da Direção da Associação de Bombeiros Voluntários do Faial, José Braia Ferreira, que defendeu a necessidade de ser revista a forma de financiamento das associações de bombeiros da região.
Aquele dirigente associativo defendeu também a “profissionalização da primeira linha” de resposta dos corpos de bombeiros dos Açores e a criação de um “comando único” no arquipélago que possa atuar em situação de crise.
O novo quartel de bombeiros voluntários do Faial, ontem inaugurado, custou 3,3 milhões de euros, co-financiados a 85% por fundos comunitários, e foi construído de raiz na zona industrial da Horta, no sentido de eliminar os constrangimentos de natureza operacional a que estava sujeito o antigo quartel, construído em 1929, situado no centro da cidade.
Apesar do “sonho concretizado”, no dia em que a Associação de Bombeiros Voluntários Faialenses está a comemorar 110 anos de existência, o comandante do quartel, Nuno Henriques, lembrou que a corporação necessita agora de “renovar” o parque e de viaturas, algumas das quais com mais de três décadas de serviço.
O responsável alertou que também precisa de mais investimentos em equipamento de proteção para os soldados da paz.
O presidente da Câmara Municipal da Horta, Carlos Ferreira, lembrou que a deslocalização do quartel de bombeiros da Horta para a zona industrial, torna ainda mais urgente o arranque da obra da segunda fase da variante à cidade da Horta, de forma a facilitar as acessibilidades dos bombeiros e evitar o trânsito de pesados no centro urbano.